Consciência encoberta
Deito a cabeça na almofada
e conto as palavras do dia,
tão repetidas, tão cheias de medo.
E a contagem prossegue,
marcando o rosto adormecido,
diluindo o tempo em escassas horas,
em espasmos inconscientes:
envolve-se o corpo suado no lençol,
num rastejar latente à lua encoberta.
A respiração que se afasta,
o suspiro que se perde sombrio…
Odiosas palavras que ofereceu
o dia à (
in)consciência de serem ditas!
Serão na verdade, verdade apenas?Abro então os olhos
e vejo o tempo que me resta:
pouco. - Mais um cigarro que se acende…
2 comentários:
Belíssimo... Uma sublime imagem traçada com palavras. Adorei!
Não queimes o lençol, eu, volta e meia... quiçá é algum «desejo de morte»... ;)
Belo poema.
Abraço.
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