
Ousar ser Livre
Quem deu ao mar a sublime liberdade
De ser mais que o toque salgado num corpo quente,
O rugir a dissolver-se na espuma branca,
Quem a deu esqueceu a alma.
(Querer) Ir além da noção física que a carne envolve
Superar a fome e a sede
Os sentidos, a gravidade - (a civilização?)
Rasgar os preconceitos da língua!
Fluir apenas, como quem respira.
Quem se esqueceu de esquecer os “outros”,
Esses que nos vêem quando não os vê-mos:
Um olhar que se afasta, uma alma que se apaga
E prende mais um pouco…
Ousava ser o rebentar das ondas,
Ir além de todas as condicionantes e politiquices
Onde sempre serei mortal…
Mas quem deu ao mar a liberdade
Não esqueceu a arte de sonhar.