
Já se ouve o cantar dos pássaros e os primeiros raios de sol, que timidamente atravessam a janela aberta, fazem-me cócegas. As cores têm outra vida e a minha é feita de todas aquelas que conseguir inventar contigo.
Contudo ainda durmo. A ausência da tua respiração no meu ouvido diz-me que não tenho o teu abraço quente nem o teu forte batimento cardíaco. Chove lá fora e a janela está fechada. Não sei se já é dia ou se são as insónias. Apenas sei que não estás e isso enlouquece-me lentamente.
Saiu para a rua e, triste, deambulo na cidade, entre espectros de memória. Falta-me o teu jeito agridoce de ver o mundo.