Palavrear
Palavras na terra quente
São de quem sente
Fantasmas sem forma
Talvez gente
Nas estrelas, a sombra
Olhos de lua nova
A ferir com prazer
Essa cede de beber em sujas mãos
Palavras em terra de ninguém
Não se sabe de onde
Vieram do rio
Naufragadas talvez
Esperavam morrer
Sonhavam vencer
Cresceram no mármore azul
Para velar a lua
Não serão palavras
Pedaços de vida e de morte
Palavreados
De todos os que as perderam
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