Sinais (num mero acaso)
Vive-se num mundo em que toda a gente se conhece, desconhecendo-se...
São como sombras na magnificência de não se tocarem, são apenas o tilintar das línguas de prata. Dizem tudo sem nada pronunciar. Fazem tudo para desfazer com acerbado prazer. São seus deuses em nome de um deus maior.
Hoje não sou mais humano por pretender ser a insanidade de outros olhos, por me apagar nessas sombras com que fantasio na insensata certeza de serem ingénuas. Contudo, sou humano quando a tudo o que quis ser semeei na terra com mãos de criança. E se me digo não ser, como seu igual, sou-me à ambiguidade do pensamento que se diz ser livre, sempre condicionado pelas raízes de uma língua de gente pequena. Quem me dera ser grande, “ser maior do que os homens”, ser do vento uma tempestade no fim do mundo, o sopro ameno ao crepúsculo veraneio. Quem me dera ser tanto que não gente, feito desta carne como que preparada para um “consumo masturbatório, com a certeza de ter um prazo, um rótulo, corantes e conservantes e, se lhe dado empenho publicitário, uma embalagem agradável.
Será liberdade ter um corpo que nos defina como “seres”? Será liberdade o signo das ideias, aquando a necessidade de lhes dar forma existencial?
Um à parte
Ser livre não é dizer o que se pensa ou fazer o que se quer, não quando nos assumimos racionais…
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