CensuradasDizia palavras enquanto crescia
Algures entre espelhos ,
Palavras que depois perdia
Nos lábios mordidos receios.
Queria dizê-las em voz alta
Nas ruas de linho queimado.
Chão de sangue imundo!
Gritando fazerem falta
No silêncio de todo um mundo
Pela morte de um soldado de prata.
A boca que secava na madrugada,
A água que não vertia ,
A cabeça que doía:
O canto da velha cigarra…
Vão-se breves ouvindo
Desenhadas em marcha lenta
Quando a tenta a mão
E cobre-se de pó e terra
Amassando na boca o pão.
Mordidas são salgadas,
São sofridas e veladas;
Nunca ditas tempestuosas sílabas:
Umas magoam - outras são frias…
…Nunca ditas!
1 comentário:
não sei se o poema é de hoje ou não, mas escolheste um bom dia para falar em palavras censuradas... e o poema está muito bonito, apesar do sofrimento todo visual que causa.
Beijinho grande <3
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