Um Murmúrio Sobre a Cidade
Um murmúrio sobre a cidade, confundia-se com o cinzento do céu. Tardou a marcha já gasta; afinal foram pesando os anos na voz, ou censurada a consciência. Muitos sim, erguidas bandeiras com a força de uma revolução estagnada, apenas mais uma.
Florescia o cravo no peito, florescia já para morrer no protesto das reformas apertadas, da igualdade de direitos, do capitalismo inflacionado, da mobilidade urbana, do desemprego e da precariedade - crises entre outras tantas. Não fosse o rufar dos tambores, nas suas batidas rítmicas, morreria a flor sem sangue, morreria num cálice de licor amargurado.
Ainda vi os velhos desse tempo arrastados na motivação para o regresso. Diziam que a culpa é dos jovens, que não sabem o que é o 25 de Abril… Quem sabe?
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