quinta-feira, novembro 25, 2010


Vive
Só mais um dia
Sem prometeres voltar
Meu país

Dá-me o prazer da saudade
A tua história heróica
Dá-me tempo
Assim como os deuses o vento
Nas tuas velas
Nas tuas naus

Vive
Só por agora
Enquanto dedilhas a guitarra
Com o vinho doce nos lábios
E o fado no coração

Vive
Hoje e não amanhã
Para que te chore se partires
Para que te lembre assim
Como um povo com armas na voz
E não como mendigo moribundo.

domingo, novembro 14, 2010


Sou das manhãs escondidas
Num véu de saudade consentida,
Essa cor esvoaçante
Onde nada se vê, sente-se apenas.

É nas margens de um rio urbanizado
Que me faço vento nas nuvens
Como velas que mudam um mundo
À descoberta de sentido humano:

Não se encontra se não se vê
Não mais que cinza
Não mais que Cânticos de pedra
Dissolvidos em espuma branca…

E se me quiser ver, mais do que sentir
Ser-me-ei Sol de Outono,
Essa luz quente com folhas douradas;
Talvez um cliché, talvez viver.