quinta-feira, setembro 28, 2006

"na sombra", por António Araújo

SER INDIVIDUAL

Somos seres vivos e vivemos para a sociedade. Condicionados pelo que esta nos impõe, algo que está para além das leis e dos deveres cívicos, perdemo-nos numa rotina de ser para os outros, na vulgaridade de sermos iguais.
Não quero ser como os outros, fazer o que eles fazem ou o que querem que eu faça. Sou eu, apenas, todos os dias. Hoje, amanhã, sempre. Nasci como indivíduo na sociedade e aprendi a viver na mesma, a conhecê-la, mas quanto mais sei maior vontade sinto em me afastar. Não quero fazer parte dos seus pressupostos do que é normal, do que fica bem, do que é comum. Nasci em sociedade mas sei que posso pensar como ser individual. Quero pensar livremente e defender as minhas ideologias sem que em mim interfira o cruel e a frieza do desdém e da diferença (não que a opinião dos outros me preocupe).
Pergunto-me qual a razão de ter que sorrir quando tal não faz parte das minhas vontades. Deixar um sorriso de hipocrisia colado no rosto porque fica bem, porque agrada a alguém... parece-me absurdo. O mesmo se aplica ao facto de seguir-mos a “Moda”. Porque terei eu de me vestir segundo o que um suposto entendido na matéria diz e, assim, ser igual aos seus fiéis seguidores? Já agora, o que é estar na “Moda”? Para mim moda é o que eu quiser, o que me apetecer vestir, comprar ou usar. Infelizmente chegamos ao ponto em que, se acreditarmos em ideais opostos aos estipulados e nos comportarmos de forma diferente da maioria, acabamos por ser chamados de aberrações (e não só).
Sinceramente, não quero saber! Ponham-me a etiqueta que quiserem. Sussurrem à vontade quando eu passar, sejam mesquinhos, hipócritas, falsos... estejam à vontade, só vos ficará mal. Para mim, o importante é ser sempre eu, mesmo que em demência, seguindo o socialmente incorrecto. Nada mais me importa, sou livre de pensar individualmente e de sonhar. Esta estranha forma de liberdade é minha, não me irão conseguir privar da mesma.

terça-feira, setembro 26, 2006


No Silêncio de uma Noite Perdida

Sigo o silêncio desta noite perdida
Nas ruas de uma cidade deserta
E rendo-me ao vento e à sua magia,
Aos encantos de uma alma desperta.

É junto a este mar salgado
Escutando-te a ti e à sua canção
Que procuro no céu estrelado
A divina e eterna razão.

Não me roubem estas noites de verão
Perdidas numa cidade, perdidas no mar;
Não me roubem as estrelas nem a alma;
Não me roubem o eterno amor humano.

Quando o fogo arde, arde em mim
Para que veja a dança das sombras,
Sombras daquilo que já sofri.
Não me roubem as velhas esperanças.

Quero ser mas ser vivo,
Não perdido nas brumas da incerteza
Por trazer um sonho corrompido
Por ser velho sem a antiga beleza.

Quando amanhã de novo acordar
Que não seja mais se não eu
Pois mesmo que de ti perdido irei acreditar
Que não fui o único quem aqui perdeu...

sexta-feira, setembro 22, 2006



UM POUCO DE MIM MESMO

Eis uma tarefa que me foi sugerida pela bloguer Ruby Sackville-Baggins, proprietária do blog http://rubysackvillebaggins.blogspot.com/ . Esta tarefa consiste em inumerar seis coisas sobre mim; após realizar essa tarefa irei pedir a outras seis pessoas (bloguers) que façam o mesmo para darem continuidade a este ciclo. Os escolhidos deverão realizar esta tarefa nos seus blogs, escolhendo outras seis coisas para se caracterizarem, à sua escolha, e, no fim, escolherem outros seis nomeados diferentes para realizarem a mesma tarefa.

Vou tentar realizar esta tarefa. Falar sobre mim parece algo difícil, mas não custa nada tentar.

Literatura
Adoro ler. Desde pequeno que é um dos meus passatempos favoritos. Abrir um livro e passar uns bons momentos a desvendar os seus segredos, embrenhado nas suas aventuras, é algo que me dá muito prazer. Os meus temas favoritos no que toca à leitura são ficção científica, filosofia, psicologia, romance histórico e poesia. Gosto tanto de literatura portuguesa como de literatura estrangeira. Gostava muito de dizer alguns títulos de obras li, mas são tantas e variadas que nem amanha saía daqui.
Para mim os livros são algo muito especial. Com eles podemos aprender ou então limitarmo-nos a descontrair. É óbvio que podemos ler só para nos deliciarmos com a sua história, mas uma das coisas que também penso ser algo construtivo é analisar o que lê-mos. A maior parte dos escritores, ao escreverem um livro, deixam-nos mensagens que nos podem ajudar a ver o mundo de outra forma, ou simplesmente saber o que lhe ia na alma. Normalmente isto é mais fácil de identificar na poesia.
Os meus locais habituais de leitura são a cama, os transportes públicos ou até mesmo numa esplanada. Isto não me impede de ler noutros locais, mas estes são mesmo os mais frequentes.
Infelizmente, os portugueses têm poucos hábitos de leitura. Penso que as principais causas para o efeito são uma geração demasiado apegada às novas tecnologias e o factor económico.

Escrita
Escrever é algo que me ajuda a exteriorizar aquilo que sinto e que, por vezes, não consigo dizer por palavras. Quem me conhece acha estranho o facto de eu me expressar de uma forma diferente através da escrita, de uma forma muito mais madura. Não sei, o que escrevo é instintivo e é claro que penso quando estou a escrever, mas não consigo encontrar uma explicação que possa esclarecer tal coisa.
O que mais escrevo são poemas; poemas românticos, crítica social, etc... Também costumo escrever pequenos textos de pensamento interior, sobre mim ou sobre o mundo que me rodeia. Escrever faz-me sentir vivo e faz parte de dois dos meus grandes sonhos: seguir jornalismo de imprensa e ser um escritor reconhecido (pela positiva, é claro ^_^).
Gosto muito de escrever perto do mar, em esplanadas, no campo ou na cama, quando não consigo adormecer.
Gostava muito de ter tempo e cabeça para escrever um romance, uma vez que tenho várias ideias e histórias feitas na minha cabeça, mas passar para o papel é mais difícil.

Mar
Para mim o mar é um excelente meio para aliviar o stress. Acho que é um dos melhores confidentes. Ficar sentado a observar a rebentação das ondas, escutando o seu canto. Gosto da sua beleza, da diversidade de vida, dos seus mistérios e das lendas e mitos que giram à sua volta. É muito especial para mim. Infelizmente o ser Humano parece ter como objectivo destruir a sua beleza, mas isso é outra história...

Lua
A Lua é o meu símbolo romântico. O ideal é mesmo ter a junção desta com o mar, numa praia à noite. Também esta já me serviu de confidente e amiga.

Música
Gosto de praticamente todos os géneros musicais e uso cada um para uma dada situação. Ouvir música pode ajudar-me a relaxar, a descarregar as energias negativas acumuladas ao longo do dia ou então para ouvir, simplesmente, enquanto faço outra coisa qualquer.

Mau feitio
Como ser humano que sou, por vezes tenho um pouco de mau feitio. Por vezes penso que funciono com dupla personalidade: num momento estou muito bem disposto e por vezes, sem razão nenhuma aparente, fico de mau humor. Este mau feitio que por vezes tenho leva-me a ser muito teimoso e difícil de suportar. É um dos meus maiores defeitos e que convive muito comigo sabe bem disso. Só posso é pedir desculpa, uma vez que faz parte de mim e não conseguir evitar ou controlar...

Anime
Se há coisa que eu também adoro muito é animação japonesa. Algumas pessoas pensam que isso é só para crianças e não acham piada nenhuma, mas gostos são gostos. Uma das coisas que me atrai no anime é as histórias, repletas de mensagens sobre a vida, diversos temas e também cultura. Para muitos não passam de desenhos animados japoneses, mas para mim é mais que isso. Tem um misto de aprendizagem interior aliados à fantasia da criança que há dentro de cada um de nós. Basta é saber escolher o anime certo que se enquadra mais na nossa forma de ser, porque diversidade é o que não falta.


E é só!
Demorei mais de uma hora a realizar esta tarefa, mas até achei divertido!
Os escolhidos para continuarem esta tarefa são:

Horcruxes
Hugo Vieira
JuliusClausius
Klatuu o Embuçado
Ana Origami
Ac-Nataraj


Para o caso dos seleccionados não quererem realizar a tarefa não há problema, não é obrigatório! Caso o façam, divirtam-se!

quarta-feira, setembro 20, 2006

Desde segunda feira que regressei ao liceu. Um novo ano lectivo pela frente permanecendo num aglomerado de sons, cor, luz (ou falta dela)... Há algo aqui que continua a assustar-me.

O Reencontro
Reencontrei o liceu, o mesmo em que estudo parece já uma eternidade. O mesmo de sempre, com os mesmos defeitos de sempre e mais alguns que já consegui detectar. Com o jornal de Março ainda afixado, o jornal que eu fiz e que ainda ali permanece, esquecido no tempo. Vejo de novo os velhos alunos e os novos; acumulam-se no caminho e nas entradas, obstruem as passagens e provocam um ruído que se pode assemelhar ao de um galinheiro.
Reencontrei os meus colegas, os mesmos desde o 10º ano e alguns anteriores. Estão iguais ao que sempre foram.
Reencontrei um pedaço de tempo que parou, um pedaço de tempo que não avança...

É tudo tão igual ao de sempre e sempre tão diferente de mim. Banais discussões, risos histéricos, problemáticas de uma adolescência ainda por ser feita. Não vou ver este quadro como um pesadelo, mas sim como algo que me pode fazer mudar mais um pouco, evoluir. Vou aprender o que quero aprender e tirar o pouco que resta de interesse. Se tiver tempo, mesmo que os outros não se importem, vou dar um pouco de mim para que possa mudar alguma coisa. Tentar fazer com que, no futuro, os que vierem e os que já cá estão, possam ter algo melhor, algo que lhes faça ter prazer em permanecer ali.

segunda-feira, setembro 11, 2006















O teu Lar

Percorrendo os espaços verdejantes
Do tempo dos românticos
Sigo o vento e as folhas
Em busca de um olhar

Senti o gosto doce desta terra
Tão doce como os teus beijos
Na procura de outros tempos
De outras vidas

E é no enlear dos sonhos com a vida
Que descubro a fantasia
De mundo teu, escondido,
Que agora me revelas

Seria sabiamente protegido
Se o amor não existisse
Para acalmar as feras da oposição
Que agora confiam em mim

O tempo parou para nós
Não, não parou
Nós é que já não damos por ele
Pois perdeu-se na indiferença

sábado, setembro 09, 2006

Animal Attraction

Bem, eis um video animado que nos fala de algo que não nos difere muito dos animais - sexo! Hoje em dia é algo muito explorado, mesmo a nível comercial. Deixem-se de tabus e divirtam-se ^_^

quarta-feira, setembro 06, 2006

A Eterna Mudança

Este desenho foi feito hoje por mim. Como é óbvio, trata-se de um desenho abstracto. Dei-lhe o nome de “A Eterna Mudança” pois foi nessa ideia em que me baseei para o fazer. O bom do abstracto é que cada um pode tirar as suas próprias conclusões. Sei que não está nada de especial, sinceramente nunca fui bom no que toca a desenhar (e em muitas outras coisas). Todos os anos em que tive Educação Visual as minhas notas eram sempre à base do 3. Por estranho que pareça tive 5 no último ano em que tive esta disciplina. Enfim, nada é perfeito e este desenho é uma dessas coisas imperfeitas, mas tem o seu significado, pelo menos para mim. Espero que gostem. Verdade seja dita, mesmo que não gostem ele está aqui, isso não muda nada, mas podem dar a vossa sincera opinião, eu não fico chateado.

sábado, setembro 02, 2006

"Night Garden" - Sue Memhard

Num Jardim

O céu tinge-se de negro
enche-se de estrelas
e é nesta noite, num jardim,
em que o tempo pára
deixando-se levar
ao sabor do vendo
que agita o fogo da memória.

O incenso arde, perdido,
perdido no verde escuro
no silêncio
nas conversas
num momento vago
ou na imensidão
da simplicidade.

Será sempre um jardim
ou mais que isso.
Hoje é o que eu quiser
o que a fantasia permitir...
Quando a noite terminar
despeço-me
com a promessa de voltar.

Este poema surgiu num jardim, em casa de duas pessoas que, além de tudo, são minhas amigas. O jardim, as pessoas e os livros ajudaram-me a criar este poema. É diferente e, para mim, especial. São as pequenas coisas que marcam a diferença e estes ofereceram-me pequenas grandes coisas. Obrigado ^_^