sábado, dezembro 30, 2006

Este ano foi marcado por muitas lutas. Não vou dizer que foi bom ou mau, a vida é sempre um misto dos dois, só assim temos o equilíbrio. Não vou fazer promessas de fim de ano, prefiro mudar algumas coisas sem ter que prometer, para não cair no erro de não cumprir o que prometi. Não vou dizer que o ano 2007 será melhor a nível sentimental, profissional, etc… Não posso prever o futuro.

Desejo a todos um bom ano, com mais paz, sonhos concretizados, alegrias e todas as outras coisas que desejamos por serem boas. Não se esqueçam de pedir um desejo às 12 badaladas da meia noite de dia 31 de Dezembro de 2006 para 1 de Janeiro de 2007.

Divirtam-se!


quarta-feira, dezembro 27, 2006

Somente Contigo

Contigo, de nada preciso
Pois a vida torna-se fútil
No silêncio da tua ausência,
Perdida de simples sentidos.

Tirem-me o vento incerto
Porque já é frio sem o ter!
Sequem todos os grandes mares
Porque já tenho o sal nos meus olhos!

Roubem-me o tempo fugitivo
Porque para mim nada vale!
Arranquem-me a vida
Porque, só, não tem sentido!

Que os meus olhos se apaguem
Se não te poder ver;
Que os meus ouvidos silenciem
Se não te poder ouvir;
Que não sinta aquilo em que toco
Se a tua pele não poder sentir;
E que o meus gosto se perca
Se teus beijos não poder saborear…

Tirem-me tudo se não te poder ter
Porque nada em mim tem valor
Se a ti não puder dar,
Se não te poder amar…

Só contigo quero sentir a vida,
O Mar, o Vento, o Tempo!
Sentir-te com todos os sentidos e
Arder nas chamas do Amor…

domingo, dezembro 24, 2006


Viagem a Ponte de Lima

Diário de Bordo

20 de Dezembro de 2006



Neste último aproveitámos para descobrir os encantos que se escondiam para lá da Ponte de Lima, construída nos tempos romanos:
- Igreja de Santo António da Torre Velha: construída no século XVIII/XX, de arquitectura religiosa , barroca. Igreja barroca de planta longitudinal composta por nave, capela-mor, sacristia e torre sineira adossados em eixo, seguindo o esquema axial. Apresenta algumas referências ao barroco, como o frontão curvo interrompido e os pináculos de remate das pilastras laterais.
Depois seguiu-se uma visita pelo Parque do Armado (museu rural) onde encontrámos vários jardins, cada um simbolizando uma determinada época:
- Jardim Romano
- Jardim Barroco
- Estufa / Horto Botânico
- Jardim Renascença
- Jardim Labirinto

Desta viagem ficaram muitas outras recordações que irei guardar sempre comigo. Momentos especiais, com alegria e espírito de aventura, marcado por belas paisagens, património cultural histórico e emoções fortes. Recomendo a todos os que gostam de conjugar o verde com a cultura.

sábado, dezembro 23, 2006

Viagem a Ponte de Lima

Diário de Bordo

19 de Dezembro de 2006

Hoje decidimos investigar algum do património histórico de Ponte de Lima. Nem imaginem o quão espantados ficámos quando constatamos que esta zona de Portugal estava apinhada de igrejas.
Eis uma lista de algum do património histórico visitado por nós:

- Museu dos Terceiros: Excelente conjunto de arte oitocentista. Ampliada entre 1745 e 1747, a partir de uma capela que já não satisfazia as necessidades da congregação da Ordem Terceira do Patriarca de S. Francisco da Penitência. Além da Igreja propriamente dita também nela foi integrada a construção de uma sacristia e ampla casa consistorial e de despacho. Foi sagrada no dia 19 de Maio de 1747. O sacrário foi fabricado em 1766. O órgão foi fabricado entre 1825 e 1826. A Igreja, no princípio não tinha torre nem sino, por proibição expressa dos frades do Convento de Santo António, sendo os sinais feitos pelo sino da torre dos mesmos até 1866. Nesse ano, a Ordem, para se libertar de tal jugo obteve autorização para construir a torre da Igreja. A obra foi acabada entre 1807 e 1808, sendo formada por 4 campanários, três tapados a pedra e cal e um só aberto par uma pequena sineta. Depois de expulsos os frades em por decreto de 28 de Maio de 1834, a Ordem desobstruiu aqueles campanários e mandou assentar o 1º sino em 14 de Janeiro de 1838.

- Torre da Cadeia Velha: A Torre da Cadeia Velha ou da Porta Nova resulta das vultuosas obras de beneficiação feitas sobre a torre, que já então aqui existia integrante da estrutura muralhada da Vila (séc. XIV), mandadas fazer pelo Rei O.Manuel para instalação da cadeia da Correição da Comarca e concluídas em 1511.
- Capela da Nossa Senhora da Penha de França

- Igreja Matriz: A Igreja Matriz teve a sua origem e lugar numa ermidinha em que estava erecta a irmandade do Espírito Santo. Data de tempos anteriores à restauração e fortificação da vila (1359) por D. Pedro I. Por cedência da referida irmandade passou a ser a igreja paroquial. No primeiro quartel do séc. XV, como se tornasse insuficiente para a população que aumentara muito, D. João I deu para assento de um novo templo certas moradas de casas que existiam próximas e em 1426 consignou rendimentos confirmados pelos monarcas seguintes. O corpo da igreja, de uma só nave, ficou concluído em 1446. A torre em 1449. Sobreveio destas obras joaninas o gracioso pórtico românico da frente.
- Torre de S. Paulo e Troço da Muralha
- Igreja da Santa Casa da Misericórdia:
construída no século XVII/XVIII.
Depois de Tanto caminhar, achámos que era altura para almoçar. Para saciar a nossa fome escolhemos o restaurante A Torre. Nele podemos deliciarmo-nos com comida caseira feita por duas senhoras muito simpáticas. Assim que se entra no restaurante podemos ter uma vista sobre toda a cozinha. Não há paredes a separá-la dos clientes, apenas um balcão, o que nos permite observar toda a confecção do que nos vai ser servido. A comida estava deliciosa, com um sabor natural que nos faz lembrar os cozinhados dos avós.
Após o almoço prosseguimos a nossa caminhada por Ponte de Lima:

- Casa Torreada dos Barbosa: Datada, aproximadamente, do século XVII, Arquitectura civil privada, maneirista. Casa-torre urbana maneirista, conjugando torre e ala residencial, mais baixa, ambas de alçados muito simples e com fenestração regular.

Após esta breve visita às ruas de Ponte de Lima, fomos investigar outros locais, até que demos conta com o Santuário do Senhor da Saúde.

No mesmo local encontrámos património cultural histórico privado, sem qualquer identificação de o ser, do qual fomos corridos por um caseiro de enchada na mão. Como não poderia deixar de ser, quando pedimos informações a uma senhora que por ali passava, esta contou-nos logo a vida das 3 últimas gerações que por aquela propriedade haviam passado, inclusive os casos amorosos...


(As informações em itálico foram retiradas do site http://www.pontedelima.com/ – para informações mais detalhadas podem consultar o mesmo)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Viagem a Ponte de Lima
Diário de Bordo

18 de Dezembro de 2006
O despertador do telemóvel toca, 8:30, apesar de estar de férias é preciso acordar cedo para não perder o pequeno-almoço e aproveitar bem o dia. O bom das pousadas da juventude é que, para além de serem económicas, têm o pequeno-almoço incluído no preço da estadia.
Depois do pequeno-almoço tomado, nada como vestir um casaco quente, pôr uma mochila às costas com alguns vens essenciais (caderno, caneta, maquina fotográfica, água, etc…) e partir à aventura.
Pela manha optámos por um passeio pedestre. Começámos por passear por jardins até que demos com a Igreja da Nossa Senhora da Guia (img.4), datada do século XVII.

Seguimos, depois, a eco via, rumo ao desconhecido. Deparámo-nos com caminhos verdejantes e rurais que nos levaram até uma pequena aldeia. Nessa avistámos uma pequena capela e um coreto, mas não tinham indicações da data de construção ou do próprio nome.


Sem nos darmos conta, constatámos que já tínhamos percorrido mais de 5 quilómetros a pé e, como a hora do almoço se estava a aproximar, parámos pela Pizzaria Plátano. Como não poderia deixar de ser, deliciámo-nos com uma piza caseira que tinha como nome Cerqueira. O proprietário informou-nos que confeccionava pizas para supermercados da zona, ultracongeladas, e que tinha para futuros investimentos o fabrico para supermercados de todo o país. O melhor é que comemos bem e a refeição custou-nos apenas 8€.
Após o almoço, alugámos bicicletas para seguirmos outros caminhos da eco via, menos propícios a percursos pedestres. Durante o percurso deparámo-nos com belas paisagens verdejantes, repletas de vida. Este caminho levou-nos a uma aldeia com o nome de Vitorino das Donas. Percorremos, ao todo, 15 quilómetros, tendo ficado estes pela modesta quantia de 4€ de aluguer de bicicleta.


Para o jantar, o restaurante eleito foi o Bela Vitta, no qual nos deliciamos com Francesinhas. Penso que foi das refeições que mais me apuraram o paladar.

A noite ficou-se pelo quarto da pousada, onde pudemos recuperar as energias gastas neste longo e divertido dia.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Viagem a Ponte de Lima


Diário de Bordo


17 de Dezembro de 2006

De malas arrumadas, depósito atestado e muito espírito de aventura, eis que se inicia uma viagem, não muito bem planeada (isto porque o que é bom é partir à descoberta) até Ponte de Lima, uma zona de Portugal que desconhecia. A viagem é longa, 450 quilómetros (sendo Lisboa o ponto de partida) por estradas nacionais, mas com algumas paragens e conversas animadas nem demos pelo tempo passar.
A primeira paragem realizou-se em Rio Maior, para almoçar. O restaurante eleito tinha como nome Violante (café/snack-bar/restaurante/churrasqueira). Nele saboreámos uma boa grelhada mista para duas pessoas e uma espetada de lombinhos. É certo que parecem doses a mais apenas para dois jovens, mas a fome era muita e a viagem ainda iria exigir alguma energia extra. Recomendo este restaurante pois nele foi-nos possível desfrutar de boa comida, com sabores naturais de carne suculenta, no ponto certo confecção.
Ainda a caminho do destino, avistámos o Mosteiro da Batalha, mandado construir por D. João I, na sequência de um voto à Virgem, caso vencesse a Batalha de Aljubarrota. Visto já ser tarde e ainda nos faltar muita para chegarmos ao destino, a fotografia foi tirada em andamento.
Após anoitecer, como o cansaço já se apoderava de nós, fizemos uma pequena paragem pela petisqueira Pôr-do-Sol, uma daquelas tascas cujos clientes habituais são camionistas. Acho que nunca me vou esquecer daqueles olhares que caíram sobre as nossas pessoas, “provavelmente turistas de outra cidade”, sendo que nossa a boa educação foi tão estranhada e considerada desnecessária.
Finalmente chegámos ao destino, a Pousada de Ponte de Lima. Fizemos o chek-in, arrumámos as coisas no quarto e partimos em busca de um restaurante que se encontrasse aberto a um domingo, depois das 22:00. Optámos pelo restaurante Gaio (não que a escolha fosse muita), no qual nos serviram muito bem, tanto a nível de comida como de simpatia e boa educação.
Este primeiro dia ficou-se por aqui. Depois de uma viagem tão longa e exaustiva, rendemo-nos ao “vale dos lençóis” para reabastecimento de energia.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

VISITA AO CONVENTO DE MAFRA

Esta tarde fui ao Convento de Mafra. A grandiosidade da sua construção, a sua história, provocou em mim um certo fascínio. Infelizmente não pude ver tudo, mas quando visitei as varandas tive noção que este é maior do que eu podia ter imaginado. Dei por mim a pensar que o maior feito não está em quem o mandou fazer, D. João Quinto, mas sim naqueles que o construíram, obedecendo aos caprichos dos que possuíam o poder.
Esta tarde ficou gravada na minha memória, um conjunto de momentos de cultura e diversão, na companhia dos meus colegas. Deixo algumas imagens, já que dizem que uma imagem vale mais que mil palavras...





(A máquina não é grande coisa e o fotógrafo também não ^_^')

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Um dia adornado de coisa nenhuma...

Este é mais um dia em que
Acordo para uma rotina.
Já estou tão acostumado
Que nem penso no que faço!
É certo que, na pior das hipóteses,
Eu apenas penso que penso,
Desconhecendo que, na verdade,
Não penso, finjo-o apenas.

Saio para a rua, gelada como sempre,
E caminho, sem saber, rumo ao destino
Que é tão certo como eu escrever
Ou pensar que escrevo.

Como estes dias me enjoam!
Abrir um livro, escrever o que alguém,
Alguém que eu nunca vi,
Pensou, escreveu, sentiu ou viveu,
Na esperança de mostrar que pensava.
Reconheço que não deixa de ser interessante,
Ser-me-á muito útil e construtivo;
O que me enjoa é a rotina!

Acabou! Por hoje já chega!
Já chega de sentir a presença
Destes que não sabem quem são,
Destes que caminham sem razão.

Desço aos infernos escondidos
Onde muitos entram, voltando a sair;
Onde se empurram e atropelam;
Onde a educação é desnecessária e fora de moda
Porque estamos no direito de espezinhar;
(Pelo menos é o que alguns julgam)
Este ar é abafado, com uma mistura de cheiros,
Cheiros a suor e a perfume barato e enjoativo.

Saio para o horror de uma cidade
Com cores, luzes e melodias hipócritas;
Embrulhos feitos com sorrisos cínicos
E oferecidos porque fica sempre bem…

Abrigo-me do frio, sei que a espera irá ser longa.
Enquanto caminho por montras adornadas,
Algo me desperta e aquece:
Uma música tocada num piano solitário,
Tocada para ninguém, a troco de nada,
Pelo gosto de tocar aquilo que sente
Ou que, um dia, alguém sentiu.
Sento-me só e escuto, sorvendo cada nota musical.

As conversas alheias perdem-se no vazio
De quem as dita, daqueles que são, eles próprios,
Vazios de sonhos, de alma, de vida e de razão
Julgando que isso é apenas um capricho desnecessário.

A noite prolonga-se com um maior interesse,
Com o gosto de saber falar de tudo
Ou de coisa nenhuma, mas saber do que se fala,
Na essência de cada palavra e de cada momento.
É assim que a noite termina, com vontade de sentir
Que, aquilo que não interessa (tudo ou quase tudo)
Se pode esquecer para abrir a mente aos sonhos,
Pois estes podem ser mais que fantasia…

segunda-feira, dezembro 11, 2006

~Anime Everywhere~

E tudo isto porque gosto muito de animação japonesa (ANIME).
É diferente, é lindo! Toda a magia, os sonhos que transmitem, a cor, a história e, em alguns casos, as lições de vida que nos podem dar.
Dedico este AMV (anime music video) a alguém muito especial para mim.
Para aqueles que costumam visitar este meu "cantinho", espero que gostem ^_^

MANIAS
Esta sugestão foi-me dada pela bloguer http://rubysackvillebaggins.blogspot.com


“Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do “recrutamento”. Ademais, cada participante deve reproduzir este “regulamento” no seu blogue.”


1ª Mania – Não consigo estar quieto, seja a fazer aquilo que for. Se tiver a conversar com alguém, tenho que gesticular; nas aulas tenho que ter algo nas mãos (caneta, borracha, etc…) e vou manuseando, só assim me consigo concentrar.

2ª Mania – Dormir apenas com roupa interior, seja Inverno seja Verão. Não gosto de pijamas.

3ª Mania – Ligar sempre o computador antes de sair de casa para as aulas, de manhã, e dar uma vista de olhos no meu blog e, se tiver tempo, noutros blogs.

4ª Mania – Não consigo sair de casa sem estar minimamente decente, nem que seja para levar o lixo (penteado, com as peças de roupa a condizer umas com as outras, etc…).

5ª Mania –
Fumar um cigarro e estar sentado 5 minutos antes de sair de casa de manhã, durante a semana, para ir para as aulas.

Para realizar esta tarefa escolho:
Karpediem-Karlytus
EMN
Gaybriel
BbDeluxe
Lúcia

Não são obrigados a realizar esta tarefa ^_^

segunda-feira, dezembro 04, 2006


Amo-vos Palavras

Amo as palavras e a sua essência,
Sentir a sua suave sonoridade,
O tinir das teclas quando as escrevo
Ou o roçar da caneta no papel áspero!

As palavras – não as escrevem apenas
Os romancistas, os dramaturgos ou os poetas,
Também o homem comum as cria,
Ainda que em mão trémula e incerta.

Quero escrevê-las, dar-lhes alma,
Usar o meu sangue como tinta
E marcar a minha vida em palavras
Soltas, mas tão minhas como eu!

Para lá da Blogosfera


Este sábado, dia 2 de Dezembro de 2006, ao sabor de um apetitoso manjar italiano, juntaram-se conversas de um grupo que se conheceu através da escrita. E para quem disse que um blog não pode ir para além das palavras, provou-se o contrário, com um jantar em que o conhecimento passou dos caracteres para uma presença física, ao vivo e a cores.
Não tenho como descrever aquela noite. Foi, para mim, especial, enriquecedor no sentido do convívio entre pessoas que partilham interesses comuns e que dão a conhecer outros tantos, em acto de aprendizagem e/ou pura diversão.
Muito se riu naquela mesa, muito se brindou aos blogs, ao sucesso, à felicidade, aos projectos de vida de cada um, a tudo e mais alguma coisa. Um brinde à vida.
As horas passaram rápidas. O tempo foi traiçoeiro! Mas fica na memória um momento bem passado com o desejo de se repetir.

terça-feira, novembro 28, 2006

winter love song

Numa das minhas passagens pelo youtube encontrei este clip. É certo que não percebo chinês (sei que é chinês por causa dos caracteres da letra, são ligeiramente diferentes dos japoneses. Também se nota pela própria língua, a sonoridade), mas gostei tanto da música que resolvi partilhá-la. Vou ver se encontro a tradução, nem que seja em inglês. Num mundo em que as diferentes culturas estão tão perto de nós é sempre bom conhecer um pouco do que vai para além das nossas fronteiras. Reconheço que este tipo de música não se enquadra, talvez, nos padrões do que muitos dizem ser "boa música e de qualidade", mas eu gosto.

sábado, novembro 25, 2006

Kiwi!

O que me pareceu ser, inicialmente, um video com uma certa piada (um "pássaro" esquisito a pregar árvores num penhasco) deixou-me pensativo e um pouco angustiado (quando ele se atira). Desejei que as asas se desenvolvessem mais e que ele voásse... Até onde podemos ir para realizar os nossos sonhos? Será que é preciso, metafóricamente, arriscar ao ponto de nos atirar-mos de um penhasco sem sabermos se vai dar certo?
Posso estar a ser piegas, mas fiquei com pena desta pobre "ave"...

sexta-feira, novembro 24, 2006

A VOZ DA NATUREZA
- IV -
O Uivar do Vento Rebelde

Hoje despertou o Vento rebelde
Pois os seus murmúrios eram surdos
E para que o Homem o escutassem
Mostrou-nos a sua força arrasadora!

Acompanhado pelas lágrimas da natureza
Ousou um dia dar vida ao Homem
Que o respira sem um só agradecimento,
Ignorando a sua “ancestral” origem…

E se com calma e paz não é entendido
Porque não fazer uso da força
Para que o corpo sinta a sua presença,
Uma vez que o coração o desprezou?

Sou aquele que uiva nas janelas
E que um dia murmurou avisos,
Mas como estes não foram ouvidos
Não tenho outra escolha se não esta.

Libertam para os céus onde caminho
A negra força de toda a ignorância
De sujar a vida que respiram
Na (in)consciência de não mudar.

Quando irão ter tempo para me ouvir,
Já que nem assim me dão importância?
Pensam que é fechando as janelas
Que de mim ganham segurança?!

Mas se não escutarem os meus avisos
Um dia será tarde para lamentos e gritos
Pois o castigo que diariamente criam
Não será breve nem compreensivo.

Agora a escolha será vossa,
Guiem mais uma vez o destino.
Sei dificilmente irão mudar
Portanto só me resta esperar…

E com um uivo afastou-se
Continuando as investidas pela cidade,
Fazendo tremer as janelas e as árvores,
Sacudindo a vida com um sopro.

quinta-feira, novembro 16, 2006

A VOZ DA NATUREZA

- III -

A Morte da Árvore Velha

No centro de uma grande cidade,
Entre blocos cinzentos e modernos,
Um ponto verde fazia-se sentir
Apesar de marcado pela idade.

Ninguém sabia qual a razão
De ainda ali se encontrar
Uma árvore que apesar de velha
Persistia, insistindo em não mirrar!

Era a única testemunha temporal
De que o mundo fora, noutros dias,
Mais limpo, mais fresco, mais verde,
Com um ar mais fácil de respirar.

Um grande ruído dela se acercava
Pois debatia-se uma nova construção
E a velha árvore, pobre coitada,
Não passava de uma obstrução.

A sentença era certa, ela bem o sabia,
Mas mesmo sentido o ruído da morte
Não se amedrontou, já nada temia;
Limitou-se a pensar em si e no Homem:

Noutros tempos a terra era verde
Salpicada por pontos de cor;
Agora é triste, morta e cinzenta
Banhada de agonia, sofrimento e dor…

Vi as minhas irmãs de vida
Lentamente serem devastadas
Pois o Homem queria mais espaço
Para construir e fazer estradas.

Ó Homem assassino, que de ti sinto,
Não ódio, mas pena pela ignorância,
Pois pela loucura dessa tua ganância
Não é só a mim que arrancas a vida.

Como os teus olhos são cegos
E o teu coração duro e frio
Esperarei que num pequeno suspiro
Sintas o mal que a ti fazes...


E o ruído ensurdecedor cessou...
O último ponto verde tinha sido extinto.
Levem-na e cortem-na, dará um bom lume!
E, sem que palavra fosse dita, levaram-na…

segunda-feira, novembro 13, 2006

A VOZ DA NATUREZA

- II -

Queixumes de flores

Um pequeno murmúrio despertou!
Falavam entre si, indignadas,
Pois por muito que desejassem
Não eram de todo respeitadas:

Somos belas e formosas,
Com perfumes sem igual;
Porque razão estes Homens
Nos tratam assim tão mal?

Uns é certo que nos cuidam
Com bondade e delicadeza,
Conhecem-nos e adoram
Toda a nossa riqueza.

Já outros que nos cortam
Embrulhando-nos em arranjinho
Para que nos matem por agrado
De uma efémera paixão.

Ó Homem, porque não vez
Que mais belas somos na terra
Onde nascemos e crescemos
Vivendo sem prazo curto?


As suas palavras eram amargas
Contrariando os seus perfumes
Que se apagavam, lentamente,
Para dar voz aos seus queixumes

Mas o Homem não as ouviu,
Tinha pressa, tinha preguiça,
Tinha mais que fazer que ouvir
Tristes vozes de pequenas flores…

A VOZ DA NATUREZA
- I -
E se a Natureza falasse?
___________
Por vezes dou comigo a pensar
Em como seria este mundo
Se a Natureza pudesse articular
Palavras de um idioma comum.

Que diriam as árvores e as flores?
Que segredos contaria o Mar?
E o Vento, que iria ele sussurrar?
Tantas histórias iríamos ouvir…

Gostaria de saber o que ela sente
Quando a cobrimos de tons cinza
Numa atitude cruel e consumista
Sem olhar, porque não fala.

Ela chora, grita e manifesta-se
Mas sem voz igual à nossa;
Apesar de tudo mostra a sua dor
E ainda assim há quem a ignore!

E tudo porque a pobre não fala
Em língua que o Homem entenda,
Ou talvez fale, de outra maneira,
Mas o Homem não tem emenda…

Vou fechar os olhos e imaginar
Um tempo em que se faça ouvir
De forma clara e objectiva,
Como parte do nosso dia-a-dia…



Agradeço a todos os bloguer’s que participaram no meu inquérito sobre blogs. Dentro em breve poderão ver o resultado deste e de muitos outros trabalhos. Espero poder ter oportunidade para visitar alguns dos blogs dos voluntários que responderam. Infelizmente não disponho de tanto tempo quanto gostaria de ter; o liceu e o trabalho (mesmo que só aos fins de semana) ocupam-me grande parte do meu tempo e, como é obvio, também preciso de um pouco para a minha vida privada. Peço desculpa aos donos dos blogs que já tenho por habito visitar caso não consiga ser tão assíduo.

Mais uma vez agradeço a colaboração de todos, ajudaram-me, e muito, para poder realizar esta reportagem.

terça-feira, novembro 07, 2006

INQUÉRITO
Agradecia a todos os Bloguers que respondessem a este inquérito. Estou a fazer uma reportagem sobre blogs e bloguers para o jornal da escola (o qual poderei partilhar convosco em breve). Pedia-vos também, caso seja possível, que informassem outros bloguers sobre este questionário para que também possam responder.
Podem deixar as vossas respostas (identificando os números das perguntas e respectivas alíneas) com o formato de comentário ou enviarem-mas para brunofmoutinho@gmail.com
1. Há quanto tempo tem blog?

2. Qual o motivo que o/a levou a criar o blog?

3. Qual(quais) o(s) tema(s) abordado(s) no seu blog?

4. Com que frequência escreve no seu blog?
a) Todos ou quase todos os dias;
b) Três ou quatro vezes por semana;
c) Uma vez por semana;
d) Uma ou duas vezes por mês;
e) Menos de uma vez por mês.

5. Costuma ler outros blogs?

6. Idade:
a) 14/16
b) 17/20
c) 21/25
d) 26/35
e) 36/45
f) 46/55
g) 56/65
h) + 65

7. Qual a sua instrução escolar completa?
Muito obrigado pela colaboração.

segunda-feira, novembro 06, 2006


A Menina da Varanda

Numa tarde cinzenta
A caminho da trivialidade
Cruzei-me com a inocência
Algures, numa cidade!

Como por fantasia de sonho
Uma pequena menina
(Debruçada na varanda)
Soltava pequenos pedaços de papel

E eles voavam graciosamente
Nas asas do vento suave
Caindo no chão impuro, lentamente,
E espezinhados pela vida.

O tempo parecia ter parado
Para que todos sentissem,
Mas ao sentir-se ignorado
Avançou de novo, fugindo...

E a pequena menina deixou-se ficar
Sorrindo para ninguém
Pois ninguém a viu sorrir;
Ninguém viu a menina da varanda.

sábado, novembro 04, 2006



Quando não estás

Sinto falta de sentir
As tuas mãos no meu corpo
E de o sentir junto ao teu,
Não em contacto sexual,
Mas no respirar,
Em suspiros de amor...

Mesmo não te tendo hoje
Fisicamente presente,
A ti te entrego,
Por pensamentos,
A voz do coração
Que canta para ti;

E se o tempo mo permitir
Que sintas também,
Ao adormeceres distante,
Um beijo de toque de lua
Pois quando se ama
A magia não é fantasia...


Este poema surgiu-me quando enviei uma mensagem (primeira estrofe e verso 16) a alguém especial. A ti te entrego este poema, simples. Não é uma obra de arte pois os apaixonados não têm arte, são tolos ^_^

quinta-feira, novembro 02, 2006

Fotografia por Nuno Pimenta - «sem título»


Caminhando num jardim, num dia de chuva

Passeio num jardim de tempos esquecidos,
Onde caminharam os deuses antigos,
Em passos de vento, num débil pensamento
De ser e existir, algures, num momento.

E se o corpo caminha assente na terra
Já a alma plana, algures, sonhando discreta
E desatenta ao real, na simplicidade
Da fantasia, perdendo-se pela cidade.

A despedida, a saudade das cores vivas
E dos doces aromas de outros dias
Que agora a chuva lava em tons cinzentos,
Criando a ilusão de infelizes desalentos...

segunda-feira, outubro 30, 2006

The Nightmare Before Christmas - This is Halloween

Amanhã, dia 31 de Outubro, é dia de Hallowen! Estejam antentas, almas desafortunadas, é dia das bruxas saírem dos seus esconderijos, hihihihi ;)
Espero que se divirtam com este video e amanhã ^_^

sexta-feira, outubro 27, 2006

Guerra

A guerra, de uma forma geral, é má, mas quando se trata de crianças as coisas tornam-se muito mais assustadoras. Se os "grandes" querem fazer guerra, que a façam entre si, mas deixem os inocentes viver, viver e descansar, sem o medo permanente de entrar uma bomba pela janela...

quarta-feira, outubro 25, 2006


Pensamentos de Chuva

Sinto a chuva cair nesta noite escura
Dando de beber à terra que a sorve
Sem pedir mais que a sua leve frescura,
Alheia aos murmúrios de dor e de morte.

São lágrimas doces que tocam em flores
Que gelam ao sabor do triste vento
Sentindo o amor dos outros sofredores
Que choram algures, perdidos no tempo.

O que é uma vida despida de sonhos
Num momento qualquer, sempre inoportuno?
Juro que não é apenas sal nos olhos.

Mais que a morte é a dor da vida
Que destrói e reconstrói, como esta noite
Em que a tempestade dá outros pontos de vista.

sábado, outubro 21, 2006



Desperdícios

O Francisco foi despedido da empresa onde trabalhava. Não por incumprimento seu, mas apenas porque, lentamente, o negócio foi deixado de funcionar e os empregados foram sendo “aconselhados” a sair e a encontrar outras alternativas. Alguns insistiram em ficar, como o Francisco. Afinal, já trabalhava ali há muitos anos, gostava de ali estar, era bom no que fazia e todos gostavam de si. Até que um dia, um pouco abruptamente como sempre ocorre com as más notícias, a empresa fechou as portas.
O Francisco viu-se na rua, com uma magra compensação pelos seus muitos anos de trabalho. Inicialmente não se preocupou em demasia. Afinal, tinha experiência, formação, excelentes cartas de recomendação. E, sobretudo, era bom no que fazia.
Bateu a várias portas mas, estranhamente, poucas se abriram. “voltaremos a entrar em contacto consigo”, “Neste momento não precisamos de mais pessoal, mas vamos guardar o seu currículo”, “Na verdade tem qualificações a mais para o que pretendemos”, “Não encaixa exactamente no perfil de empregado que estamos a contratar”. Passaram dias, semanas, meses. Passou um ano e depois mais meio. O Francisco desesperava e aos poucos esmorecia. Não, não passava fome nem vivia debaixo da ponte. Felizmente, não tinha filhos pequenos nem a renda de casa era alta. A mulher ganhava razoavelmente e tinha algum dinheiro guardado. Mas sentia-se diminuir, apagar. E, sobretudo, não percebia o que lhe estava a acontecer.
Alguns amigos diziam que era das cunhas e que tinha era que falar com alguém que o pudesse desenrascar. Outros falavam na recessão, nas taxas de desemprego. Não era ele, asseguravam, não era ele. Ele era qualificado, competente, um excelente profissional.
Tentou de tudo, até concorrer para empregos menos diferenciados. Mas aí olhavam-nos com cinismo e desconfiança e nas suas costas quase podia jurar que ouvia as insinuações: “Mas quem pensa o gajo que é? Está-se mesmo a ver que tem um curso e quer vir para aqui acarretar com pesos... O gajo quer é vir e passados dois meses está a ver se fica como responsável disto... era o ficas, era... ponho-te mas é já a andar!”.
Até que um dia, com uma olhar compadecido, uma das responsáveis pela selecção de uma das inúmeras empresas a que já tinha ido – jovem, tão jovem que mal parecia saída do secundário –, acabou por lhe confessar: “Sabe, não é nada contra si, nem tem nada a ver com o seu currículo. É que o doutor é... desculpe... demasiado velho! E as empresas não querem contratar gente da sua idade, que já tem experiência e normalmente exige melhores salários e mais direitos. Querem gente nova, que faz tudo para começar, mesmo que seja trabalhar 10 horas por dia quase de borla, está a entender?” Entendeu. E parou de procurar. Foi para casa, calçou os chinelos, sentou-se à frente da televisão. Fechou os olhos e imaginou-se num jardim público, a jogar às cartas e a adivinhar o voo das pombas. Adormeceu.
O Francisco tem 37 anos. Estaremos mesmo preparados para o arrumar na gaveta dos desperdícios?
(in Público, 20 de Outubro de 2006, por Carla Machado, professora universitária)



Eis um problema já considerado do dia-a-dia neste nosso pequeno país. Neste caso temos um homem que, apesar de tudo, não é tão velho quanto isso e que tem, além da experiência, estudos. Agora vamos imaginar o caso de homens e mulheres que, por exemplo, trabalham numa fábrica. Esta vai à falência. Toda a sua vida trabalharam lá. Têm quarentas e muitos e uma instrução escolar mínima. O que será dessas pessoas? Dizem-lhes que já são velhas para trabalhar, mas também são muito novas para se reformar. A maioria dessas pessoas tem filhos pequenos, ou estudantes de liceu. Têm uma renda para pagar e as restantes contas. Nestes casos, o/a marido/mulher não ganha tanto quanto isso, e pode acontecer que estejam ambos desempregados. Que podem fazer? Recebem o fundo de desemprego, uma quantia miserável tendo em conta que as despesas são cada vez mais elevadas. Sim, podem não passar fome, podem não viver debaixo da ponte, mas será que vivem de acordo com as suas necessidades? Penso que não. Muitas dessas pessoas podem acabar por conseguir arranjar trabalho, sim, ninguém disse que não, mas, essas raras excepções, são trabalhos onde recebem o ordenado mínimo ou pouco mais que isso e desempenham tarefas árduas, completamente diferentes daquilo que fizeram a vida toda ou que gostavam de fazer.
Dizem que querem acabar com a crise, mas os números do desemprego são cada vez mais elevados assim como as contas para pagar. Isso diminui o poder de compra. As pessoas compram menos, produz-se menos, fecham-se fábricas, pequenos estabelecimentos, pequenas empresas... mais gente para o olho da rua. Mais subsídios de desemprego para pagar, a crise aumenta. E isto torna-se num sistema rotativo.
O que interessa mesmo são pessoas acabadas de sair dos liceus (ou mesmo das faculdades), novas, sem experiência e que, de preferência, não conheçam grande parte dos seus direitos, dispostos a trabalhar mais por menos. Aqui o físico também interessa. Meninas “modelo” com decotes e umas boas pernas, por exemplo. Naturalmente que são só exemplos do que se passa genericamente. Felizmente existem empresas onde interessa a experiência e instrução escolar superior. Para todos os efeitos o factor idade continua a estar presente. Há quem defenda que é bom, a competitividade cria mentes brilhantes. Talvez. Pontos de vista...

terça-feira, outubro 17, 2006


Menina dos Olhos Doces

Menina dos olhos doces,
De curvas obscenas,
É ver como te balanças
E outros olhos encantas.

Menina dos olhos doces,
Onde foi a vergonha menina?
Já a terás esquecida
Algures na memória...

Tu que corrias descalça
Nos prados da inocência,
Agora caminhas em saltos
Na cidade da indecência.

Pobre menina perdida
Que da doçura dos teus olhos
Provas os amargos sabores
De uma triste vida.

Perdeste o alegre canto
Algures numa garrafa
Traçando a desgraça
Com um descruzar de pernas.

Menina dos olhos doces,
Não vivas com mau gosto,
Não vivas na penumbra,
Porque vida só há uma...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Delerium- Duende

Delerium é uma banda de Vancouver, Colúmbia Britânica, Canadá, formada em 1987, inicialmente como um projecto paralelo do grupo de música industrial, Front Line Assembly.
Fonte: Wikipédia

Esta música pertence ao album Karma, dos Delerium. Recomendo vivamente que, de alguma forma (download ou compra) adquiram este disco. Descubri esta banda e respectivo album numa pesquisa pelo site http://www.allmusic.com/
Se quizerem saber mais alguma coisa sobre esta banda e outras tantas, é só dirigirem-se a este site. Desfrutem da música, espero que gostem.

sábado, outubro 14, 2006

Vanessa-Mae ("Destiny") - Sailormoon (Uranus and Neptune)

Espero que gostem do vídeo. A música é da violinista Vanessa-Mae, “Destiny”, (pequena biografia no parágrafo seguinte) e as imagens são da série de anime japonês Sailormoon. Encontrar este vídeo no Youtube foi, sem dúvida, a junção de duas coisas que eu gosto.

Vanakorn Nicholson, conhecida como Vanessa-Mae (Singapura, 1979) é uma violinista de formação clássica que se tornou famosa mundialmente fazendo gravações onde misturava música clássica com pop, jazz, techno e outros ritmos modernos. O álbum que lhe deu fama internacional foi "The Violin Player", de 1994.
Fonte: Wikipédia


DESTINO

Quantos são aqueles que acreditam no destino? Acreditam numa força superior ao nosso próprio ser, força essa que nos comanda a vida. Há quem diga que, no momento do nosso nascimento, temos já um destino traçado, destino esse que não pode ser mudado e que, se tentarmos fazê-lo, uma tragédia cairá sobre nós.
É muito mais fácil, para alguns, acreditar que a culpa de não serem bem sucedidos na vida, de terem determinados tipos de azares, deve-se ao seu próprio destino. Ao pensarem assim estão, automaticamente, a livrar-se da sua culpa. Se a nossa vida avança de acordo com algo que já foi pré-destinado no início dos tempos, não sei, mas acho que podemos alterar isso. Tudo irá depender das nossas atitudes, dos caminhos que seguimos. Se optar-mos por uma atitude passiva, de esperar que tudo aconteça, naturalmente que, das duas uma, ou não vai acontecer nada ou, então, o resultado pode ser um grande “buraco negro” nas nossas vidas.
Escolher o caminho que devemos seguir cabe-nos a nós. A única influência que podemos ter nessa escolha irá advir do meio social em que nos encontramos e daqueles que estão à nossa volta (isto claro se nos deixarmo-nos influenciar).

terça-feira, outubro 10, 2006

//\\ Monsters, INC: "Mike's New Car" //\\ (CLÁSSICO vs MODERNO)

Este vídeo mostra-nos, de uma forma animada, que nem sempre o que é moderno é bom.
É natural, todos gostaríamos ter coisas de tecnologia de ponta que nos facilitariam a vida (ou não). Dou-vos um exemplo pessoal: Apesar de entregar a maior parte dos trabalhos impressos a computador, escrevê-los directamente no Word e/ou verificar a ortografia a olhar para o monitor nunca foi grande ajuda. O suporte digital é sempre bom, mas neste aspecto perfiro a mistura do clássico com o moderno. Escrever à mão, passar para o computador, imprimir e verificar no próprio papel. Outro exemplo é ler grandes textos no computador, sempre me meteu muita confusão e metade passa-me ao lado. Como eu gosto das letras em papel, compreendo-as melhor e nao exforço tanto a vista.
A maior parte das pessoas ligadas às novas tecnologias têm como objectivo (um dos) a desutilização de suporte em papel, passando tudo a ser digital. Afirmam ser mais seguro, prático e que ocupa menos espaço. Concordo na questão do espaço (1 CD substitui, realmente, uma pilha com 30 metros de papel) e do prático (alcansamos a informação desejada muito mais facil/rapidamente), mas não na segurança. Quantos de nós já perdemos coisas importantes que tínhamos no computador porque este avariou ou apanhou uma "virose"?
Hoje em dia é tudo muito digital e, quando o software falha ou estão com os chamados "problemas técnicos" é uma carga de trabalho, isto porque já ninguém sabe viver sem o computador. Pegando no exemplo das crianças, da geração mais jovem que já nasceu "sentada ao computador": Têm como único entretenimento o computador ou a televisão (em algum casos), isto para não esquecer as consolas. Quando lhes faltam estes "acessórios" ficam chateados e entedeados, afirmando que não têm mais nada para fazer. Parece que estamos a perder o culto dos livros, das artes e da escrita. Os trabalhos manuais já não têm valor e "dão muito trabalho", para além de serem "uma seca".
Tanta evolução tecnológica pode parecer bom, mas anda a privarnos de muita coisa. Isto já para não falar na evolução tecnológica negativa (armas cada vez mais destructivas).

Apesar de tudo é a minha humilde opinião. Cada um tem a sua e é livre de a manifestar.

quinta-feira, outubro 05, 2006


04 de Outubro de 2006


Hoje parece-me que o sol se apagou para mim. Não quero fazer de mim, da minha vida, uma tragédia grega, mas hoje sinto-me perdido. Até que ponto nos podemos sentir assim? Chego a sentir-me perdido de mim mesmo.
Acordei, como é habito, é a minha rotina diária. Sentia-me cansado, sem vontade para mover um único músculo do meu corpo. “Não tenho nada a perder”, pensei. Fiz o que faço todos os dias e saí de casa (mais cedo do que é costume).
A passo brando acendi um cigarro. Vejo-me nos reflexos dos vidros, mas mais ninguém me vê. Senti-me a caminhar num espaço de morte, vazio, sem vozes, sem o cantar dos pássaros. Até as árvores me pareceram mortas. E eu, sozinho, eu que já vim de luto, continuo a caminhar num passo sereno.
O liceu, tão trivial. Já me agonia o intelecto... O corpo rende-se ao cansaço, mas nada posso fazer. Até me sinto bem. O corpo cansado obriga-me a focar os meus pensamentos na dor física. É um mal menor.
Acabou. Finalmente poderei voltar para casa. Almoçar, talvez dormir, ou então, saber um pouco do que se passa no mundo. Não devia ter planeado isto... O telefone toca... Oiço o meu pai. É hora de dar parte de mim à família.
Caminho rumo ao centro de saúde. O silêncio consome-me a alma. Mais uma vez não presencio a vida, apenas o vazio. Caminho por entre sombras...
Vejo-te cansada. Em silêncio, sento-me ao teu lado. Silêncio... Não há nada para dizer. Também tu sofres. O teu sofrimento já julgam ter diagnosticado, mas que sabem eles? Aguardamos em pausas para cigarros. Um dia isto ainda vai ser a causa da nossa morte! Mas tu também não te importas.
As sombras tornam-se nítidas, doentes. Temos que ir ao hospital.
Sempre odiei as urgências. Tanto sofrimento. Sinto pena de ti, deles e de mim. Assusta-me... Apetece-me chorar, mas não posso. Tenho que te dar forças, não o contrário. Pergunto-me se, nestas urgências, também existe um “Dr. Cura-Almas”.
Finalmente chagaste, pai. Dou-te a vinheta de acompanhante e entras. Dá-lhe agora tu um pouco de amor. Já é noite. Sinto frio, assim como volto a sentir a minha dor. As coisas más parecem vir sempre em cadeia. Aguardo, sozinho... Como queria alguém aqui comigo, alguém especial. Queria ser aquecido com um terno abraço e ouvir palavras reconfortantes. Mas não as tenho. Se calhar a culpa é minha, mas que interessa isso. Se estivesse no meu quarto, na minha cama, no silêncio da noite, poderia chorar sem que ninguém visse. Chorar apazigua o sofrimento e faz-me sentir cansado e adormecer. Como não “posso” chorar, escrevo. Escrever sempre me ajudou a exteriorizar o sofrimento. Dizem que o “Bruno” que escreve é diferente do “Bruno” que vive. Dizem que é mais racional, adulto. Que importa o que dizem? Sou sempre eu! O “Bruno” que vive é o mesmo que escreve aquilo que vive, aquilo que sente.
Preciso de descanso...


Pequeno Barco de Papel

Pequeno barco de papel,
por onde vais?
Para onde me levas?
Em que águas navegas?
Perdi-me nas brumas,
Já não vejo a margem:
A terra da fantasia,
Perdia-a...

O vento sopra
E acompanha as águas
Serenas.
As minhas lágrimas
Misturam-se com as ondas;
Sou agora navegante solitário
Sem dia para voltar,
Perdido nas memórias.

A chuva cai
Desfazendo lentamente
O meu pequeno barco de papel.
Não me importo.
Que estas águas bebam o corpo
E o dissolvam
Levando-o consigo,
Para que não volte a sentir...

segunda-feira, outubro 02, 2006


O Desejo de Partir...

Hoje deixo que se apodere de mim
o desejo da ausência.
Quero fugir,
perder-me na incerteza
de um dia voltar...
Ser e não ser,
saltando de sombra em sombra,
escondendo-me na noite
banhada de lua.
Fecho os olhos...
Como te desejo!
Sinto o teu suave chamamento:
abraça-me e deixa-me,
deixa que me perca em ti,
quero afundar-me na tua essência;
morrer e renascer,
indiferente ao destino...
Não esquecerei a dor
que me marca o rosto
nem a ausência
de um simples sorriso.
Se o amor não me fugir
também não o esquecerei,
mas hoje
é dia de partir...