segunda-feira, janeiro 30, 2006

A dor da ausência

A ausência de cada momento
Em que não sinto a tua respiração
Faz crescer em mim o medo
Que me corta o coração.

Procuro-te nos meus sonhos
Mas neles tu deixas-te partir;
É nessas alturas que meus olhos
Lágrimas de dor deixam fluir.

E tudo isto porque não consigo
Viver nem um só segundo
Sem partilhar contigo um sorriso

Oiço o tempo passar…
Eu não quero o mundo,
Apenas te quero amar…


Cai a neve solene numa rua deserta

Cai a neve solene numa rua deserta.
Onde nada se move, nada desperta.
Anseio que o silêncio se vá sem murmúrios
E que leve todos os oprimidos lamúrios…

Suavemente vão caindo os inocentes
Flocos de neve. Morrem, indiferentes,
Na estrada suja e espezinhada.
A tarde adormeceu amargurada…

E eu que no silêncio escuto só,
Os batimentos do vento nos ramos,
O mesmo que fere as flores sem dó.

Fecho as cortinas – volto para o descanso.
É o mundo onde vivo, sem almas, sem cantos.
Já nem a dor salgada me espanta!

quarta-feira, janeiro 18, 2006



















Dá-me a tua mão

Dissolvi em cada gesto teu
A essência deste amor meu
Que, numa noite de ausência,
Destilei em reminiscência.

Os meus sonhos de esperança,
De alma de singela criança,
Guardei num cofre de cristal:
Peço-te – protege-o do mal!

Tudo te dei, tudo te dou;
Entrego assim tudo o que sou.
Guarda-o junto do coração...

Dá-me, por favor, a tua mão.
Temo que te possa perder!
Receio voltar a sofrer...