domingo, outubro 31, 2004


Tantas são as vezes em que nos sentimos sós, desamparados e desesperados, sem vontade de fazer nada. Perdidos num mundo de sombras e pesadelos, em busca do inexistente. Deixando as lágrimas caírem pelos nossos olhos, como pequenas gotas de dor e tristeza.
Tudo parece perdido, até que alguém surge e estende-nos a mão. Com um sorriso mostra-nos que o mundo não é assim tão mau. Faz-nos pensar nas nossas acções e lembra-nos que temos que ser fortes, para enfrentar aqueles momentos em que parece já não haver nada a fazer. Encoraja-nos a lutar pelos nossos sonhos, faz-nos ouvir a razão e seca-nos as lágrimas.
Num sonho, fazemos uma viagem pelo espaço. Sorrimos, brincamos, fazemos o que realmente nos faz sentir bem. Mais tarde, sem nos dar-mos conta, já não nos lembramos daquilo que nos fez chorar anteriormente, porque essa pessoa esteve lá, para nos fazer esquecer, nem que seja por um breve momento, tudo aquilo que nos perturbava a mente.
Por incrível que possa parecer, ainda existem no mundo pessoas assim, prontas para nos ajudar, prontas para fazerem de uma lágrima de tristeza uma lágrima de alegria. Era bom que o Mundo estivesse repleto delas.
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domingo, outubro 24, 2004


Como é difícil manter-me afastado daquilo que desejo. Saber que estou perto mas ao mesmo tempo tão longe de alcançar a sua essência. Não sei ao certo o que fazer, é a primeira vez que luto por alguém. Esta luta é resultado de um erro que cometi no passado. É tão estranho! Será que é tarde de mais? Gostava que a resposta abonasse a meu favor, mas temo que não. Ainda assim não irei desistir, irei lutar até ao limite das minhas forças para recuperar esse amor perdido.
A vida é de uma ironia perfeita, à uns tempos lutou por mim e eu rejeitei, agora sou eu que luto e sou rejeitado. Será que isso vai mudar? Como eu gostava de poder sentir o seu amor, outra vez.. De qualquer forma, prefiro sofrer por lutar que sofrer por não o fazer. Assim sei que fiz algo para alcançar a minha felicidade, em vez de ficar quieto, de braços cruzados. Sempre fui incentivado, pelos meus amigos, a lutar pelos meus sonhos, mas agora, à quem me incentive a não fazê-lo.
Resta-me apenas dar o meu melhor, e nas alturas de desespero, isolar-me um pouco para não preocupar os outros ou para não ter de ouvir o trivial “eu avisei-te”. Ficar sozinho num cantinho só meu e, se poder ser, a observar o céu nocturno. A pensar que tenho de ter forças para conseguir o que quero.
Porque é que as coisas têm que funcionar assim? Será que, tal como me acabaram de dizer, sinto-me apenas carente? Não pode ser, eu sei o que sinto, sei que estou apaixonado. Vou dar tudo para ser correspondido.
Cada vez sinto mais a necessidade de me isolar. É mais fácil para mim, para reflectir. Posted by Hello

sexta-feira, outubro 22, 2004


Onde estás

Onde estás meu amor,
Que de ti preciso eu
Para acalmar esta dor,
Que atingiu o seu apogeu!

Onde estás nas manhãs frias,
Que eu preciso do teu amor,
Para ter de volta as alegrias
E sentir de novo o calor

Para ti eu quero voltar,
Erro meu se te perdi.
Será que me vais perdoar?

Quero por ti lutar,
Para o teu coração
Poder de novo conquistar! Posted by Hello

terça-feira, outubro 19, 2004


O professor de Literatura Portuguesa marcou-nos um trabalho de casa, que consistia em redigir uma cantiga de amigo. Após bastantes tentativas lá consegui, com a ajuda da minha mãe nalgumas rimas, terminar a cantiga de amigo com paralelismo perfeito. Espero que gostem.
Pessoalmente não gostei tanto do resultado como gostei dos anteriores poemas, para assim dizer, que realizei.
Caso desconheçam o significado de cantiga de amigo ou tenham alguma dúvida, basta contactarem-me por e-mail.


Ó minha mãe, que ele já partiu,
no meu coração sinto um vazio.
Como anseio o seu regresso!

Ó minha mãe, que ele seguiu viagem,
no meu coração sinto pouca coragem.
Como anseio o seu regresso!

No meu coração sinto um vazio,
será que ele também o sentiu.
Como anseio o seu regresso!

No meu coração sinto infelicidade,
será que ele também sente saudade.
Como anseio o seu regresso!
 Posted by Hello

segunda-feira, outubro 18, 2004


De que me vale

De que me vale o tempo,
Se contigo não o posso passar!
De que me vale o mar e o vento,
Se contigo não os posso contemplar!

Desejo-te onde quer que esteja,
Viajas no meu pensamento!
Estar contigo é o que o meu coração deseja,
Nem que seja por um só momento.

Mas sozinho vou caminhando,
Em busca do teu amor,
Por o ter perdido vou lamentando.

Estou assim só e perdido,
Por ao amor que me deste
Não ter dado o valor devido.
 Posted by Hello

quinta-feira, outubro 14, 2004


Para trabalho de casa, a minha professora de língua portuguesa pediu-nos que fizéssemos o nosso auto-retrato, em verso, pois tínhamos estado a estudar auto-retratos de Alexandre O’neill e de Bocage. Depois de muitas tentativas, saiu-me algo que achei adequado mas ao mesmo tempo deprimente e melancólico. Espero que a professora, depois de ver e corrigir o meu auto-retrato, não venha falar comigo para me recomendar uma ida a um psiquiatra. Transcrevo então a minha humilde obra:


Sendo eu quem sou, nome da minha pessoa,
Bruno Moutinho há dezassete anos.
Nascido nesta grande e pesada cidade de Lisboa,
Olho-me ao espelho e observo todos os ângulos
Deste corpo magro e disforme.

Cabelos de um castanho tão escuro que dizem ser preto,
De uma indomável força avolumada.
Os olhos penso serem da cor da terra, se estiver correcto,
Pois espelhados são, como se cheios de água.
No meu marcado rosto da juventude,
Só sobressai um nariz de tamanho rude.

Noites escuras são aquelas em que me encontro
Só e gelado, perdido no tempo.
Sentindo-me neste mundo como um tonto,
Por deixar-me cair com o sopro do vento.
Só há algo que me traz um riso de felicidade,
A verdadeira força da amizade.

De que adianta breves momentos de prazer,
de sorrisos e entretenimentos,
se depois acordo e deparo-me
com um mundo de sofrimentos.

Assim sou eu perdido num mundo,
No qual não devia sequer ter nascido,
Por ser fraco, sensível e moribundo,
Desprezado, gozado e incompreendido.

Bruno Figueiredo Moutinho ©
Posted by Hello