quinta-feira, maio 19, 2016


Plaza Mayor (Madrid - 2016)

As pessoas que aqui passam
Tão donas de si
Tão donas de nada,
Mas assim vão passando
Deixando tanto de nada.

domingo, abril 24, 2016


Respiro
Ser vivo
Mais não sei - Pobre

Esconde-te
em ti, nesses olhos
não sei que palavras esconder

Respiro
Ser selvagem
O que é saber? - Dúvida

Explora
em ti, além desses olhos
são as sombras que dão luz ás cores

Respiro
Ser alguém
O que é um sonho? - Criança

Sorri
só porque sim
como quem procura o sol entre as núvens

Respiro
Ofegante
Respiro fundo - Silêncio

One Night Only - Say You Don't Want It




Talk all the talk with a poet's style
Tongue like electric, eyes like a child
Eye on your wives and the classic cars
Live like a savior, live like the stars

Talk all the talk with a model's smile
Tongue like electric, eyes like a child
Buy all your highs and the classic cars
Die on the front page, just like the stars

The big screens, the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don't want it
It's our world, the picture-book girls
Say you don't want it, say you don't want it
Don't you ask me if it's love, my dear
Love don't really mean a thing 'round here
The fake scenes the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don?t want it

Pace all the rooms with a jealous style
Tongue like electric, eyes like a child
Paint all your soul with the brand designs
Preach like a savior, heart on the line
Talk all the talk with a model's smile
Tongue like electric, eyes like a child
Buy all your highs and the classic cars
Die on the front page, just like the stars

The big screens, the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don't want it
It's our world, the picture-book girls
Say you don't want it, say you don't want it
Don't you ask me if it's love, my dear
Love don't really mean a thing 'round here
The fake scenes the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don't want it

The big screens, the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don't want it
It's our world, the picture-book girls
Say you don't want it, say you don't want it

The big screens, the plastic-made dreams
Say you don't want it, say you don't want it
It's our world, the picture-book girls
Say you don?t want it, say you don't want it

Don't you ask me if it's love, my dear
Love don't really mean a thing 'round here
The fake scenes the plastic-made dreams
Say you don?t want it, say you don't want it

Say you don't want it, say you don't want it
Say you don't want it, say you don't want it

sexta-feira, abril 22, 2016

Os sinos de Lisboa



Os sinos
Mal dei pela sua existência
Os sinos em Lisboa
Tão distantes
Perto do coração

Entre colunas
Em colinas e avenidas
Descansa o olhar nos varandins
Com seus cravos, sardinheiras;
Foram-se as varinas.

Os sinos
Ao longe as gaivotas
O Tejo e o Cristo Rei
Tão distantes
Perto do coração

Entre as fontes
Em praças e miradouros
Descansa o olhar nas asas de um pombo
Nos velhos que jogam às cartas;
Foram-se as cantadeiras.

Os sinos
Escuto apenas porque me lembro
Dos sinos em Lisboa
Tão distantes
Perto do coração.

terça-feira, abril 19, 2016

Urinol


Queres ter
Queres saber
E ser, tanto te faz
Asno
És coisa fingida, finges ser ou não és nada.
És o que saves ser e nada mais.

Morre-se assim,
A tuberculose é rara
A sífilis adormecida
Nem pneumonia te pega ao interesse.
Morre-se de nada
Ou de outra banalidade qualquer.

Mas ficas, uns 10 anos.
Querias ficar, mais?
Dessa vida de onde sais
Feito bixo!
Não sabes, não queres, não és
E mais, tanto te faz.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Não olhes para a sombra que se esconde atrás de ti,
Olha antes para o fogo que trazes dentro,
Nem que seja para a frente, onde há Sol e luz e coisas vivas!

(não me digas que não tens tempo)



Reinventa-te



Mundos e fundos
Alguns parecidos
Outros desaparecidos
Mas mundos

Fundos e Mundos
Alguns vazios
Outros esvaziados
Mas fundos

terça-feira, novembro 15, 2011



Álbum de fotografias, soltas à nostalgia característica; mas não me recordo de ser parte alguma desses olhos de quem sente. Não lhe chamemos memória escassa, escondida, esquecida…não me roga a consciência de ser boa, num distante prazo seria elefante ingénuo num país de fome. Não sou “eu”, sou antes “ele”. Que assim se entenda em boa verdade.
Nas primeiras, aquela cor, cheia de luz e ingenuidades fantásticas. Todo um mundo por descobrir, tantos véus de seda a lamber a ponta dos dedos curiosos. “Olha o passarinho!” e logo se solta uma gargalhada chilreada. Nunca cheguei a perceber, como que um “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem saiba” fingido, de onde vem tanto que se perde nas outras? Hoje são artificiais, cheias de artifícios de alta definição, mas não igual, imitações industriais.
“Vó, passharinhos”, de indicador em riste, e logo corre para os fazer voar, essa praga que, hoje, apelido de “ratos-com-asas”. “Bhaaaa!” solta-se uma careta reguila para a “Minolta” da tia , e hoje procuram-se ângulos e pontos de luz perfeitos, aperfeiçoáveis preferencialmente. “Ena, vê-se tudo lá ao longe”, a espreitar pela câmara do primo, numa travessia pelo Tejo…
Ainda recordo a minha primeira máquina fotográfica, de cinzentos leves, azuis claros alguns amarelos, carregada com um filme de duas bobinas - “Vá, agora não gastes todas de uma vez, só para ocasiões especiais” . Não gosto de “gastar”. E como é que as fotografias se gastam? E o que são “ocasiões especiais” quando o mundo ainda é uma descoberta? Essa contenção que hoje se simplifica por centenas de oportunidades. E vou-me perdendo nessas ocasiões especiais. Cada imagem uma diferente emoção, sensação. Faz-se um misto de querer voltar e também de partir, criar outras memórias ou recordar.
Agora percebo porque nos ensinam a “sorrir para a fotografia”. É o que fica da família feliz, um momento didáctico de preservação lúdica; ensina-nos a camuflar as emoções, porque ferem nesta selva socializada, onde sociedade é, cada vez mais, um conceito “in door”, com horários restritos. Quando criança, a verdade é perdoada com ingenuidade, ou amordaçada de outras forças. Não sabemos ser a verdade que tomamos como nossa, nem ser as emoções que escondemos em máscaras de cera, nem ser a ingenuidade que perdemos para o mundo. Acredito que, no fim, já não nos sabemos ser. Nesse fim, resta-nos recordar…

segunda-feira, agosto 01, 2011



Esqueço (por vezes?) o silêncio
Assim como das palavras que não digo
Porque a liberdade se for ferida
É consciência consentida
E não mais que certa razão
De não esquecer ser humano.

Perguntei-me,
Pelas palavras nunca ouvidas
Ou mesmo escritas.

Ousara o vento nas folhas secas
Do sol, de um dia, de uma vida
Desenhar dourados versos
Pelos quais me perguntei.

Perguntei-me,
Pelos gestos nunca feitos
Ou mesmo ditos.

Rebentava a espumar-se na rocha árida
Toda feita de ironia
Disfarçada melancolia
Pela qual me perguntei.

Perguntei-me sem me perguntar;
Por tanto que esqueci
O silêncio de mim.

(Num momento)
Era a liberdade de respirar como sopra o vento
Dançar como as folhas douradas
Ser das vagas o eterno regresso!

E no fim não restavam perguntas
Ou mesmo fáceis respostas
Sobrei-me sóbrio de simplicidade
Embriagado de sonhos e vontades;
Dentro de mim, respondi-me,
Sem me chegar a perguntar…