Quando o Calor Aperta Haja vontade para ver tanta gente Exibindo as suas curvas em roupa reduzida, Talvez por terem o sangue muito quente Ou aos tecidos alguma estranha alergia. É vê-las na praia banhando-se ao Sol De cabelo solto ao vento na rebeldia; Acham-se brasas esquecidas no lençol Rindo-se do nada numa estranha alegria! Com a procriação a guinchar e a correr, São os olhos de quem, já cansado, Os afunda em castelos de areia para não os ver Pois nada é pior que um leitão mal educado. É vê-los amontoados uns em cima dos outros Pois, quem sabe, aquela área não é a melhor! Tão juntinhos que até parecem monos, Todos eles infelizes filhos do "nosso" Senhor... |
quinta-feira, agosto 24, 2006
domingo, agosto 20, 2006
Frias Noites de Agosto
Hoje é mais uma das noites de Agosto
Em que o calor se extingue à sua fraqueza
E deixa que o corpo gele na indiferença
De ser de alguém a seu bom gosto.
Só e perdido na noite, deixa-se levar
E navega pelo céu estrelado de fantasia
Soprando as velas com tristeza e agonia.
Já não se preocupa se, um dia, não voltar...
Sente-se um corpo vazio com uma alma nua,
Nua de sonhos, esperança e força de guerreiro.
Agora só lhe apetece chorar quando, no travesseiro,
A cabeça cai pesada por ser tão dura.
De quem é a culpa se, na verdade,
Não pediu para existir ou mesmo nascer,
Não desejou que o tempo o visse crescer?
Nem o destino culpa pela sua crueldade!
Agora que rodeado de um pouco do Mundo,
Ouvindo vozes perdidas na dimensão,
Continua a sentir o vazio da solidão
Levando-o cada vez mais para o fundo.
Quando fechar os olhos para dormir
Já lhe irão esperar os medos sinistros
Que entrarão, mesmo não sendo bem vindos,
E atormentarão a luz soltando mudos gemidos...
sábado, agosto 19, 2006
Daqui a poucas horas estarei a caminho de umas férias que penso serem merecidas. Estar longe daquilo que vejo todos os dias, sentindo-me mais perto do mar, talvez me ajude a compreender melhor tudo o que em mim agora sinto. Pergunto-me a mim próprio o porquê deste sentimento de revolta interior que me mantém num suster de respiração quase que permanente. Talvez tenha tudo para ser feliz, mas porque não me sinto assim? Heis uma pergunta à qual espero obter resposta nestes dias.
Eu gosto de Lisboa, a Baixa e as suas ruas cobertas de música, cor, luz... Gosto até da minha casa, o suficiente para o dia a dia; gosto de ter um espaço meu, onde agora escrevo estas palavras, pensando no motivo pelo qual o estou a fazer. Apesar de tudo, gosto de me distanciar deste mundo do dia comum e partir. Sei que não é por muito tempo, nem eu conseguiria tal proeza, mas é o tempo suficiente para aprender a ter saudades e até mesmo para arrumar algumas ideias. Espero voltar a encontrar-me, tocar na minha alma e abraçar o meu “EU” interior, mais uma vez. Só longe o conseguirei, mesmo não estando sozinho.
Esta imagem que ilustra o texto, tem algo que me despertou a atenção. Gostava que, quem lê-se este humilde e tosco post (e blog), me disse-se o que pensa dela, o que lhe transmite e, para os mais audazes e sonhadores, que sonhos e fantasias vos trás à memória.
quinta-feira, agosto 17, 2006
PALAVRAS NOCTURNAS É durante a noite solitária que os medos fogem da alma para atormentarem os sonhos. Soltam-se gemidos abafados pela almofada quebrando o silêncio, mas mais ninguém o ouve. E é aí que se ouve o estalar da mobília, trazendo ao momento um gosto mais assustador, alimentando assim a sensação de solidão. Porque me lamento se, na verdade, fui eu que escolhi o meu destino? É este o sinal da cobardia de fazer o tempo mudar... Posso ser um cobarde da vida, sobrevivendo para os outros, mas ainda existo como matéria. Sou a matéria de um sonho de ninguém, perdido nas madrugadas de uma terra que não existe. A história já mudou. Não sou mais se não aquele que escreveu e escreve palavras que tu nunca compreendeste. As palavras que saíram e ficaram à espera que tu as lesses, mas tu não o fizeste. Dizias que sim e, na verdade, cheguei a ver-te declinado sobre elas, mas isso não basta. Não basta dizer que são belas, ou agradecer pelo facto de lá estarem, é preciso também compreendê-las e isso tu nunca soubeste fazer. Não te culpo por isso, culpo-me a mim por as ter escrito. Agora que o vento já as levou ficaram as folhas em branco, num livro ainda por escrever. Esse será um livro de histórias que nunca te contei porque nunca as quiseste ouvir e eu nunca as quis contar. Para ti não interessa saber de onde vêm as palavras porque já não te fazem falta, nunca fizeram, foi apenas um misto de conveniência e obrigação. As palavras que agora escrevo têm apenas o sentido que lhes dou, não são para ti. Expresso com as mãos aquilo que os olhos viram e que a alma agora sente. A minha curta existência, como tu tantas vezes me disseste, sente que a criança por ti afirmada já não existe. Onde foi parar a inocência que me roubaste sem te dares conta? Perdi-a e sei que não voltarei a encontrá-la. Também já não a quero, só iria fazer de mim um alguém ainda mais fraco do que já sou. Não vou continuar a divagar em sonhos, já não valem aquilo que queria. Até esses escondeste de mim. Mesmo que afirmes ser mentira, eu sei aquilo que sinto, aquilo que fui e aquilo que agora sou. A culpa não é de ninguém, também não é tua. A culpa é minha pois fui eu que um dia os libertei. Esta noite vou deixar-me ficar no silêncio, até que a madrugada volte e me faça renascer. Se não voltar deixem-me dormir e viver na fantasia para que ninguém ma roube. |
segunda-feira, agosto 14, 2006
METÁFORA DA VIDA
(exemplo 2)
A cada dia que passa sinto que tudo se pode transformar em algo diferente. Mesmo aqueles dias sombrios, dias em que olho o estranho espaço que se encontra para lá da janela e deparo-me com um mundo cinzento, onde pequenas lágrimas escorrem nos vidros que reflectem a minha dor. Ainda hoje tenho presente na memória esse cancro. Sim, não o esqueço e talvez nunca o esquecerei. Que ironia! Por vezes não nos lembramos do que temos de bom, apenas daquilo que nos tortura... Será mesmo isso assim tão importante ao ponto de não ser esquecido? Não, mas certamente deixou a sua marca, uma cicatriz que se ressente nos dias frios. Esses dias parecem não ter fim, mas tudo depende do sentido que lhes damos. Penso que não adianta sofrê-los mas sim aprender com eles. |
Quando a noite assombra os pensamentos furtivos da alma, por hábito, trancamo-nos num quarto, numa casa, num mundo, trancamo-nos em nós mesmos, rodeados de um silêncio ensurdecedor, de sombras, saboreando o salgado gosto das lágrimas. Valerá a pena escondermo-nos do mundo? Será que tal nos vai acalmar a dor? Penso que só atiça mais as chamas que nos consomem o gosto pela vida.
Quanto mais eu me escondia, mais sofria, mais sentia na pele a ferida que lentamente gangrenava. Desconhecia uma cura, mas penso tê-la encontrado. Os ingredientes logo se fizeram aparecer, dançando e cantando, sorrindo numa mistura frenética. Uma noite fora de uma prisão psicológica, rodeado de outros sons para além do soluçar da alma, a música, longas conversas de amigos, a própria natureza e algo que me apura o próprio paladar. Sentir de novo o tempo a avançar, cada vez mais depressa, mais emotivo. Mas parece que não chega ao descanso. Sair mais, viver, escutar o mar, sentir o sol tocar-nos na pele e aquecer-nos a alma. Uma gaivota a voar sobre mim e a cantar um hino à liberdade. Toda a liberdade que ansiava, aquela que eu próprio havia encerrado em mim.
Reconquistar o que muitos odeiam ver, aquele sorriso estúpido na cara todas as manhãs. Sim, podemos achar estúpido, mas sabe tão bem sorrir com vontade. Rir mesmo, soltar umas gargalhadas até que nos doa a barriga. Voltar a sentir a fervura do sangue e corar quando alguém nos toca na pele e nos rouba um beijo, fazendo-nos sentir especiais. Aquele elogio discreto que nos tinge a face. Sentir de novo o pulsar do coração. Penso que assim poderei fechar os olhos e sonhar.
Todos os dias são dias diferentes e de cada um receberei algo diferente. Posso até receber uma tela de tons cinzentos, mas irei guardá-la na esperança de que, mais tarde, a possa pintar com as cores de novos sonhos, com as cores de um sorriso, de um olhar ou até com as cores do amor...
sexta-feira, agosto 11, 2006
quarta-feira, agosto 09, 2006
O FIM DA TORRE DE MARFIM
Todas as noites eu me aproximava da minha Torre de Marfim e no seu topo ficava, observando a luz da lua incidir os seus quentes e serenos raios sobre mim. Seguia as estrelas até ao infinito dos meus desejos, eram noites que me sabiam ao mais puro e doce mel. Como me sentia tranquilo e protegido até ao amanhecer, onde um enorme arco-íris se estendia para mim, dando-me passagem para o mundo real.
Como nunca antes tinha sido atacado, nunca imaginei muralhas nesta minha torre. Quem iria tentar destruir os sonhos de alguém que, na verdade, nada é? Como eu me enganava. Certo dia, logo ao amanhecer, o azul do céu foi absorvido pela escuridão, mesmo diante dos meus olhos. Nesse momento senti o medo, a insegurança de perder tudo o que tinha. Nada poderia prever aquele acontecimento. Sem que nada pudesse fazer, abandonei o meu sonho, na esperança que tudo voltasse à normalidade ao meu regresso.
Nessa noite, como sempre, regressei à minha Torre de Marfim. Fiquei assombrado com a visão fantasmagórica que os meus olhos assistiam: a minha torre, envolta numa tempestade de ódio e pesadelos! Ao tentar entrar para a defender alguém me interceptou. Era um anjo da morte, um devorador de sonhos. Não consegui conter as lagrimas quando me disse que a torre já não me pertencia e que a sentença era a destruição. Não compreendia a razão e ele limitava-se a rir, num riso de loucura que ecoava devastando tudo à sua volta.
terça-feira, agosto 08, 2006
A Caixa de música Era numa caixinha de música Onde meus sonhos eu guardava E sempre que eu lhe dava corda Ela tocava, tocava e eu sonhava... Era uma musica de sorrisos Que entoava no mundo só meu Dando-lhe cor, fantasia e alegria! Já não me lembro de quem ma deu... Um dia ela deixou de tocar, Serrou-se num silêncio medonho! Como poderia sem ela sonhar? Vejo-a agora na sua inutilidade, Coberta pelo pó do esquecimento, Trazendo-me a sua saudade... |
domingo, agosto 06, 2006
Este foi o meu primeiro AMV (Anime Music Video) de Card Captor Sakura. Foi feito a 20/11/2004 e para isso utilizei dois filmes de CC Sakura e a música Hitorijime da OST da série original. Finalmente com conta no Youtube pude lá por este video e partilhar com quem o quiser ver, inclusive aqui no blog.
Pode não ter muita qualidade,porque ao por no Youtube perdeu-a. Espero que gostem ^_^
quinta-feira, agosto 03, 2006
Vassalagens de outras Vidas Nesta noite de murmúrios perdidos, Nas sombras inquietas da alma, Quero que me consumas o corpo Já morto e desprendido de sentidos. Quero ver o brilho dos teus olhos Perseguirem os meus na eternidade Até que a respiração ofegante cesse E deixe fluir a essência de outros sonhos. Desenraíza-te desse lodo imundo! Deixa-te crescer em páginas soltas Na neblina da eterna mudança... Não soltes esse grito corrupto Para que não se perca na cidade Onde os pobres se passeiam. |
quarta-feira, agosto 02, 2006
Na alma jamais poderão tocar. Podemos contemplar a sua perfeição, admirar os seus vértices de cristal. É a luz que brilha no interior e que raramente é observada pelos olhares levianos de um povo cego e materialista.Todos nós queremos um corpo, é certo, mas para além do corpo está a alma, a personalidade de cada ser.
terça-feira, agosto 01, 2006
A cada dia que passa sinto a gélida lamina da Morte trespassar o meu corpo vezes sem conta fazendo-me perder a força e a lucidez momentânea da esperança. |
Solto palavras ao vento para que obtenham liberdade antes de morrerem em mim. Espero que não se percam em rasgos de loucura...
Que o Mar lave o sangue que derramo por cada sonho mal parido pela alma.