quinta-feira, setembro 30, 2004


Caminho sobre solo inseguro, sem saber ao certo o que desejo. Tudo muda à minha volta, sem aviso prévio, não sei como agir. Desejaria encontrar talvez algo que me fizesse feliz, sem problemas, sem nervosismo. Calmo e puro. Procuro por entre as sombras, vultos inexpressivos sem calor nem amor, algo que me faça sentir parte de algo. Sou uma peça, perdida, do imenso puzzle universal, pelo menos assim o penso, não encontro o encaixe certo. Será defeito meu? Talvez sim, talvez não, quem sabe.
Oiço murmúrios enquanto caminho, murmúrios que me entram na cabeça, que me incomodam. Tento ignorar, tento fugir, agachar-me no chão fechando os olhos e tapando os ouvidos como uma criança assustada. Não cessam, estão de tal forma entranhados no meu pensamento que até no silêncio da noite os oiço, como uma tortura infindável.
Tenho responsabilidades, e de uma forma ou de outra, os problemas pessoais podem interferir. Tento a todos o custos evitá-lo, mas nem sempre é possível. O mundo à minha volta está descontrolado, já nada faz sentido para mim. Que batalhas tenho eu que travar para encontrar o que até agora parece inexistente. Vejo o que desejo num sonho, mas algo nos separa, não consigo explicar.
Queria acabar com tudo isto, mudar o mundo, fazer dele algo melhor. Não, não é possível tal coisa. Se nem com milhares de anos ele mudou, se ao fim de tanto tempo pensamentos primitivos se mantêm na mentalidade de alguns, nada poderei fazer para alterar isso. Resta-me apenas seguir o meu caminho, tentando ignorar a verdade e procurar o que desejo. Posted by Hello

sábado, setembro 25, 2004


No longo percurso da vida, nem sempre as coisas correm como eu desejaria que corressem. Não sei ao certo se a culpa é minha, é como se, por engano, numa encruzilhada com a qual me deparei no meu percurso, tivesse virado para o Poente, em vez de optar pelo Nascente. De certa forma eu já sabia o que me esperava, mas nunca pensei que chega-se a este ponto. Sinto que aos poucos estou a tornar-me numa mera sombra, tal como os seus causadores o desejam.
Entrei agora numa nova fase. Disciplinas novas, professores novos, colegas novos, até mesmo experiências, que mesmo não sendo completamente novas, têm algo de diferente. Já dei por mim a pensar que talvez seja de mais para mim, mas não posso perder o ânimo, a bem ou a mal tenho que provar que sou capaz de enfrentar tudo isto, não quero por nada deste mundo dar parte de fraco.
Outra coisa que talvez não tenha ajudado muito foi o facto de ter que me despedir do emprego. Infelizmente para mim, além do horário escolar não ser compatível, iria ser uma carga diária muito elevada. Eu gostava mesmo daquilo. Houve até quem não me quisesse deixar ir embora.
Gostava imenso de poder mudar a mentalidade das pessoas. Todos os dias me deparo com gente mesquinha, que parecem não ter qualquer tipo de projecto de vida e então se divertem a tentar destruir a vida dos que os rodeiam. Será que com isso se sentem realizados? Nunca se sabe, se calhar esse é o seu projecto de vida.
Por vezes penso que não sou deste mundo, que vim ou de um mundo paralelo ou de outro planeta. Há também uma terceira hipótese: os outros é que agem da forma correcta e eu não. Também, se assim for, prefiro desaparecer de vez, para bem longe deste mundo.  Posted by Hello

quinta-feira, setembro 16, 2004


Não sabendo o que se passa à minha volta, ou comigo mesmo, tento pensar em soluções práticas ou teóricas para tentar resolver os meus problemas. Não tenho muito tempo para o fazer, empenho-me mais frequentemente em ajudar os que me rodeiam nos seus problemas, ouvindo-os e aconselhando-os, do que tentar resolver os meus. Muito bem, problemas todos nós temos, sei que não sou o único, mas começo a entrar em desespero. Sentindo-me perdido num mundo que não conheço, ou que finjo não conhecer para não reconhecer a sua rigidez.
Será sempre assim? Terei sempre que viver à deriva, tentando lutar por algo melhor, uma luta sem qualquer sentido ou razão, pois no fundo sei que nada vai mudar, que estou só a matar-me aos poucos. Penso então em fugir, mas sempre que falo com alguém, dizem-me que fugir não é solução. E depois? Não consigo encontrar mais forças para lutar. Posso assim tornar-me num cobarde, mas isso sei que já o sou.
Era tão bom que pode-se ser consumido por um grito de chamas e voltar a renascer, num mundo melhor, numa outra vida. Sei que é impossível, não podemos simplificar as coisas a esse ponto. Resta-me apenas sonhar e fingir, como sempre, que está tudo bem, vivendo assim num sonho e temendo que qualquer coisa me faça acordar e enfrentar a realidade.
Sinto como se ninguém me entende-se. Esforço-me para não me ir a baixo, e quando não consigo reter mais essa força, parece que ninguém repara. Parece estar sempre tudo bem, não é verdade? Mesmo que dêem por alguma coisa, as palavras são sempre as mesmas.
Resta-me então desejar que tudo dê para melhor e, enquanto tal não acontece, vou vivendo num sonho, tentando não dar importância à realidade.  Posted by Hello

quinta-feira, setembro 09, 2004


Sinto um vazio dentro de mim, como se uma ou mais peças faltassem para completar o puzzle da minha vida, do meu coração. Sem vontade de fazer nada, escondendo-me por entre as sombras de tudo o que me rodeia, tenho-me refugiado na leitura e no convívio com os amigos, principalmente uma grande amiga minha, que me tem dado apoio e vice-versa. Parece que já não tenho aquela disposição. Sinto-me também um pouco “á deriva” neste mundo, como se para os outros estivesse a mais ou então servisse só como alvo de chacota seja pelo que for. Por vezes ponho-me a pensar no mal que eu possa ter feito noutra vida, para merecer tudo aquilo pelo qual tenho passado e que sei que ainda passarei.
Desejo muito encontrar essas peças que faltam. Talvez precise de amor, de amar e ser amado, não sei. Estou muito confuso, parece que agora não sei sequer o que quero para a minha vida. Apetece-me apenas ficar a dormir até tudo passar, até chegar a uma geração em que tudo seja mais simples do que é agora. Um mundo onde eu consiga encontrar um rumo certo, na estrada da vida.
Agora sinto que a escuridão se atravessou no meu percurso, impossibilitando-me de encontrar o caminho certo. Fico então parado, sem forças sequer para lutar por algo melhor, deixando-me ir a baixo.
Será que algum dia as coisas vão mudar para melhor? Sempre que parece estar tudo bem, há sempre algo que estraga tudo. E depois só me resta, no silencio da noite, deixar que o sofrimento venha ao de cima, no segredo de tudo. Lágrimas que insistem em surgir, criando aquela sensação horrível de desconforto e de agonia permanente, quanto mais não seja por tentar exercer um controlo caso não me encontre sozinho ou no local apropriado. Acho que nem eu nem ninguém gosta que nos vejam a chorar, se já me sinto demasiado fraco, aí então, pior me iria sentir.
Espero que tudo se resolva e que a minha vida leve um rumo positivo. Que as peças que faltam no meu puzzle se encaixem. Espero então poder realizar os meus sonhos, ou ao menos forças para lutar por eles. Posted by Hello

sábado, setembro 04, 2004


Estar em perfeita sintonia com o universo que nos rodeia pode parecer difícil, mas não é impossível. Para tal tudo me leva a crer que temos que nos abstrair de tudo aquilo que nos rodeia, ignorar tudo o que nos perturba e manter a nossa mente vazia.
É complicado conseguir ter tal comportamento, temos situações na nossa vida que nos levam ao extremo da paciência e nos fazem perder a cabeça. Pessoas que fazem tudo para nos verem enervados. Temos que as ignorar, mesmo que por vezes seja difícil, mas é essa a chave para obter uma vitória sobre eles. Provarmos que somos superiores a todas as suas provocações, essa é a melhor arma para combater pessoas assim. Não nos podemos deixar ir a baixo, isso só lhe daria poder para continuarem a torturarem-nos a mente.
No fim de contas, para esquecer-mos todos esses problemas, podemos sempre guardar um tempo só para nós e fazer aquilo que nos faz sentir melhor, e desfrutar esse momento com o máximo de prazer. Nessa altura entramos em sintonia com o universo.
Dia após dia, enfrentar o stress do quotidiano, momentos desgastantes, situações desagradáveis, não o podemos evitar. Mas nunca podemos perder a cabeça.  Posted by Hello

quinta-feira, setembro 02, 2004


Sentado na sala, senti uma certa vontade de ver álbuns de fotografias um pouco mais antigas, de quando eu era pequeno até à uns 3 ou 4 anos. Folha a folha fui observando os sorrisos dos meus familiares, em ocasiões que pareciam ter sido felizes. Alguns deles já não estão cá, e não fiquei indiferente ao observar as suas fotografias. A coisa que mais me entristeceu foi que, com o passar do tempo, aqueles sorrisos de felicidade que via nas fotografias anteriores, pareciam cada vez mais forçados, como se quisessem fingir que estavam felizes, só para a fotografia. Pensei que talvez seria bom andar para traz no tempo para poder reviver todos aqueles momentos que considerei serem momentos felizes, mas lembrei-me também que os outros também lá estavam, apesar de não terem sido captados por uma câmara fotográfica. Pensei também que seria bom que aqueles que partiram ainda estivessem cá, para verem como as coisas mudaram com o passar do tempo, e talvez por saber que, se cá estivessem, muitas coisas más talvez não tivessem sucedido. Mas o passado não pode ser modificado. Segundo teorias, dizem que mesmo que existisse uma máquina do tempo, não poderíamos alterar o passado, as coisas iriam acontecer na mesma, mesmo que de outra forma.
Enfim, devemos nos dar-mos por felizes de ter-mos o que temos, mesmo que seja pouco, e de ser-mos o que somos, mesmo que tenhamos alguém a dizer o contrário. O que interessa é o que nós pensamos, a nossa auto-estima, os nossos valores pessoais. O que os outros dizem ou pensam é secundário, e só devemos levar a sério se for alguma coisa que valha a pena. Posted by Hello