segunda-feira, setembro 24, 2007


Agonia Mímica e Muda

Vejo nestes olhos a alma profunda
Reflectida nas sombras da noite;
Vejo-me perdido neste espelho
Num género de solidão – o vazio.

É a saudade da própria inocência,
Um espírito que pede clemência
Gritando dentro do meu peito:
Gritos mudos e mímicos…

Eis que o sonho se perde na floresta
Densa e escura – chora, foge da besta
Que reside algures na mente inconsciente
Como um anjo ridículo e mortal;

Ergue a face molhada para a lua;
Pérolas que caiem como orvalho
Nas pétalas das flores serenas…
Esconde a dor para que ninguém a veja!

É por esta fraqueza que o corpo reclama
Ou se deixa lentamente morrer,
Para que não sinta a agonia de viver
Sem a antiga força, sem aquela chama…

1 comentário:

Anónimo disse...

São os estados da alma que dão origem às coisas belas. O que distingue a genialidade do comum são as asas que se dão à alma. Obrigado pela emoção que senti ao ler o teu novo poema; obrigado por agitares as almas, que às vezes estão confortavelmente adormecidas.