terça-feira, janeiro 15, 2008


A Dor de um Mortal

Derivo na noite com a alma nua,
Procurando no céu as estrelas e a Lua.
Faz frio, o corpo vacila e deixa-se morrer;
Estou cansado desta busca eterna.
Sou como um mortal
Sem as asas que da luz vi nascer,
Feitas de sonhos sublimes e esperança…

Venda-me os olhos
Para que não veja a escuridão;
Esta dor que me abraça
Nas trevas dos meus medos
Faz-me insano, sem razão.

Quase que me sinto trespassado
Por mil espadas empunhadas
Pelas sombras amarguradas
De um coração devassado
Pelas mãos de quem o entreguei!

Fui presa de uma ser
A quem o amor e a carne não bastou
Para saciar a fome voraz,
Até a alma foi despida de sonhos
E amordaçada em espinhos de aço.

Chorei rios de prata,
Memórias que não preenchem o vazio;
Tempo que não te fez acreditar
No que mais sincero tinha para te dar;
Fizeste do eterno efémero;
Deixaste morrer a chama
Que iluminava o nosso caminho…

1 comentário:

Klatuu o embuçado disse...

Belo poema, Bruno, tem imagens muito boas.