quinta-feira, outubro 09, 2008



De olhos fechados e lábios cerrados

Quando fecho os olhos
Vejo uma seara de trigo
Coberta de um azul perfeito;
Quando fecho os olhos
Sinto a brisa e um sorriso
Do mais formoso gesto.

Se meus lábios cerrar
Poderei escutar as palavras
Que em mim trago escondidas;
Se meus lábios cerrar
Não se soltam raivas rasgadas
Pela mente sã oprimidas.

Quero fechar os olhos,
Quero cerrar os lábios:
Sucumbir de vontades e sonhos!
Quero provar o gosto da vida,
Quero provar o gosto da fantasia:
Ser à liberdade como por magia!

Quando fechar os olhos
Sonharei o mar antigo
E o cheiro do sal no corpo;
Quando fechar os olhos
Cuidarei o anjo ferido
Que diziam já ter morto.

De lábios cerrados
Mordo o que à mente escapa
E um grito será um murmúrio;
De lábios cerrados
Saboreio a paz escassa
Da fonte do bom pronuncio.