segunda-feira, fevereiro 12, 2007


"Inventem-se Novos Pais"

Daniel Sampaio

II
Comentário

Devo confessar que fiquei surpreendido com as ideias apresentadas neste livro. Apesar da sua experiência com os jovens, e das suas sábias palavras de como lidar com os adolescentes, Daniel Sampaio começa por dizer para não seguirem o que está escrito. Isso demonstra que, mais importante que aplicar o que se aprendeu, é importante ter motivação própria e adaptação individual às situações.
Uma das coisas que discordei foi com o facto de tipificar alguns jovens. Dos jovens “tipo” que apresentou, tive oportunidade de me identificar com alguns deles. Isso prova que cada jovem é um caso e nem sempre podemos agrupá-los de forma tão genérica.
Penso que o grande mal dos pais de hoje em dia, isto falando também como jovem no fim da adolescência (e como tal sei o que é o início da mesma), é não prestar atenção a determinados sinais. As soluções são simples, mas o facto de se prenderem ao passado, ao que eles foram, pode atrapalhar a situação. É muito difícil reconhecerem que não podem continuar a controlar os seus filhos e verem os mesmos a tornarem-se independentes pode ser difícil de gerir. Lembro-me de algo que, quando eram mais novo (quinze anos), acabava por me irritar: por um lado tinha uma mãe distante, mas super protectora, que não queria que eu saísse à noite com os meus amigos, uma vez que algo de mal me podia acontecer, por outro o meu pai, que dizia que, com a minha idade, até já dormia fora de casa. Foi bastante interessante para mim ver tudo aquilo que poderia ter sido feito, todos os erros que poderiam não ter sido cometidos para uma adolescência descomplicada.
Ouve-se frequentemente afirmar que, na adolescência, é normal que os jovens tenham determinado tipo de comportamentos. Não seria mais fácil ler esses comportamentos, que são sinais característicos, e tentar o melhoramento da situação? Achei surpreendente o facto de Daniel Sampaio apresentar um exemplo de uma adolescência sem problemas, baseada na disciplina, na tolerância e no respeito. A adolescência não tem que ser um inferno; talvez sejam os educadores dos adolescentes que a tornam nisso mesmo.
Outro ponto que me interessou também foi aquilo que um bom professor deve ou não fazer para com o aluno. Vou apresentar apenas um exemplo, aquele que mais detestei que um professor me fizesse: humilhar um aluno perante toda a turma, apresentando os seus erros em público – um grande número de professores tem este comportamento, não percebendo que apenas está a contribuir para o mau desenvolvimento do jovem em questão. É muito importante o elogio, o reconhecimento do que está bem feito, todos gostamos disso, independentemente da idade que temos.
É, de facto, uma obra muito bem concebida, não só para pais, mas também para professores, adolescentes e educadores. Os exemplos que apresentam deveriam ser lidos e levados em conta. A adolescência não tem que ser um momento de instabilidade. Isso depende da forma como é acompanhada. É necessário estar atento a todos os sinais, porque todos os comportamentos, até aquele que nos parece ser mais inofensivo, pode ser o começo de algo mais grave.

Em breve irei fazer um post com o Despacho Normativo nº 14.723.001

3 comentários:

Anónimo disse...

Ola sobrinho!

Olha, a Visionaria já nao existe!...pois eu sei que posso ter sido radical ams acontece que deletei-o pois ja nao tenho tempo para postar nem para visitar.Nem tenho aparecido por aqui, ne???mas assim que possa dou uma voltinha pelos vossos cantinhos.Nao queria mante-lo as moscas nem seria justo deixarem-me comentarios e eu nao poder retribuir.Ja nao tinha interecção e assim julgo que nao vale a pena.Mas as amizades e "familia" que fiz permanecem e isso foi muito bom pois iniciei algo que tem uma continuidade!!!Tens o meu email (gmail) e eu tenho enviado para ti alguns, nao sei se tens recebido.Mas aparecerei de vez em quando...ok??

Beijoquitas e ate logo!!!

Lia disse...

A adolescência tem por fama ser um período conturbado. Na minha opinião é o período em que todas as experiências marcam e condicionam a futura vida dita adulta.
Tenho experiência no ensino porque leccionei durante uns tempos logo após me ter formado.
Foi uma experiência enriquecedora para ambas as partes e ainda hoje, quando encontro os meus ex-alunos, me dizem de que como foi importante a minha presença na vida deles num tempo em que não tinham muitos adultos com quem falar.

Aprendi muito mais com os meus alunos do que com qualquer disciplina.

Confesso que ainda não li o livro que falas mas será uma leitura obrigatória nos próximos tempos.

Beijinhos

Casemiro dos Plásticos disse...

daniel sampaio é um vizionário!