quarta-feira, junho 20, 2007




Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade

- Sigmund Freud -



Irei apresentar, em diferentes post's, um resumo detalhado desta obra e respectivo comentário. Fiz este trabalho para a disciplina de Psicologia, o qual foi classificado entre os melhores de toda a turma e o melhor resumo da obra em si. O resumo está dividido por ensaios e respectivos capítulos. Espero que gostem.

~ RESUMO ~



1

Aberrações Sexuais

I – Desvios relativos ao objecto sexual
Freud intitula os homossexuais de invertidos, apresentando três tipos de inversão: os invertidos absolutos, cuja sexualidade tem como objecto sexual indivíduos do mesmo sexo; os invertidos anfigénios, mais conhecidos como bissexuais, cujo objecto sexual pode variar entre indivíduos de ambos os sexos; os invertidos ocasionais, sendo esta determinada pela ausência de um objecto sexual normal ou pela influência do meio.
A inversão pode manifestar-se desde muito cedo, fazendo com que não nos lembremos de quando se manifestou pela primeira vez, ou até mais tarde, podendo durar toda a vida ou ser momentânea. É também visível uma certa oscilação entre o objecto sexual normal e o objecto sexual invertido. A libido orienta-se muitas vezes para a inversão após uma experiência dolorosa feita com um objecto sexual normal.
A inversão, inicialmente, foi considerada como sintoma de uma degenerescência nervosa congénita, devendo estas duas afirmações serem julgadas separadamente. Segundo Freud, apenas podemos falar em degenerescência quando se encontra a inversão em indivíduos que não apresentam outros desvios graves ou em indivíduos cuja actividade geral não é perturbada, e cujo desenvolvimento moral e intelectual pode mesmo ter atingido um grau muito elevado. Também considera a inversão como sendo congénita, nos invertidos absolutos, mas devido ao facto de existirem outros dois tipos de inversão, também podemos admitir que esta é adquirida. Para todos os efeitos, nenhuma explica a sua natureza. Para a primeira hipótese, teríamos que admitir que a inversão é inata, ou seja, que existiria, ao nascer, um instinto sexual já ligado a um determinado objecto sexual. Na segunda hipótese coloca-se a questão de saber se as diferentes influências acidentais bastariam para explicar o carácter adquirido.
Na inversão não podemos admitir a teoria do hermafroditismo somático, visto que, em alguns casos, estão presentes caracteres de virilidade. Para explicar a inversão Freud aponta duas ideias a reter: temos de contar com uma disposição bissexual; não sabemos, porém, qual o seu substrato anatómico. Trata-se de perturbações que modificam o impulso sexual no seu desenvolvimento.
Nos invertidos, a criança pode tornar-se o seu objecto sexual quando este se torna cobarde e impotente, não sendo um comportamento exclusivo dos mesmos.

II – Desvios relativos ao fim sexual
Considera-se como fim sexual normal a união das partes genitais no coito, levando à resolução da tensão sexual e, por algum tempo, à extinção do impulso. No processo sexual mais normal encontram-se germes cujo desenvolvimento conduzirá a desvios que são descritos pelo nome de «perversões». As perversões consistem em fenómenos de duas ordens: transgressões anatómicas quando às partes destinadas a realizar a união sexual; paragens em certas relações intermediárias que, normalmente, devem ser franqueadas rapidamente para atingir o fim sexual.
As transgressões anatómicas são a «superestima do objecto sexual», o «uso sexual das mucosas bucais», o «uso sexual do orifício anal», os «substitutos impróprios do objecto sexual; feiticismo».
A fixação dos fins sexuais preliminares são a «formação de novos fins sexuais», «tocar e olhar o objecto sexual», «sadismo e masoquismo».

III – Generalidades sobre as perversões
Com o estudo das perversões, podemos ver que o impulso sexual deve luta contra certas resistências de ordem psíquica, sendo as mais evidentes o pudor e o desgosto. Um certo número de perversões estudadas apenas podem ser comparadas supondo a acção conexa de muitos factores.

IV – O impulso sexual dos nevrosados
Segundo a psicanálise, as psiconevroses (histeria, nevrose obsessiva) devem ser relacionadas com a força dos impulsos sexuais. A energia do impulso sexual constitui uma parte das forças que alimentam as manifestações patológicas, sendo também a mais importante fonte de energia da nevrose e a única que é constante. Um histérico sofre de um recalcamento sexual que ultrapassa a medida normal, sofre de uma intensificação no desenvolvimento das forças que se opõem ao impulso sexual (pudor, desgosto, concepções morais). Um indivíduo predisposto para a histeria torna-se histérico quando, depois da puberdade ou por efeito de circunstâncias exteriores, as suas exigências sexuais se fazem sentir de forma premente. Tal resulta num conflito que o levará à transformação das tendências sexuais em sintomas mórbidos.
Segundo Freud, em todos os nevrosados verificam-se, no inconsciente, veleidades de inversão, uma tendência em fixar a libido numa pessoa do seu sexo, assim como uma tendência para as transgressões anatómicas que se traduz em sintomas mórbidos.

V – Impulsos parciais e zonas erógenas
Freud designa “impulso” como sendo o representante psíquico de uma fonte contínua de excitação proveniente do exterior do organismo. Este encontra-se no limite dos domínios psíquico e físico. A fonte do impulso encontra-se na excitação de um órgão e o seu fim será a satisfação orgânica.
A importância das zonas erógenas como aparelho genital secundário (cavidade bucal e orifício anal) é notável, de forma particular, na histeria.

VI – Explicação do aparente predomínio da sexualidade perversa nas psiconevroses
Existem variantes no comportamento reverso dos nevrosos. Por vezes, o que caracteriza a nevrose é o nível inicial da disposição perversa, outras vezes será o nível atingido pela continuidade de uma derivação colateral da libido.

3 comentários:

L disse...

Em relação ao ponto I.

Na minha opinião (modesta) a homosexualidade é uma questão de gosto. Se um homem gosta de outro homem ou se uma mulher gosta de outra mulher o importante mesmo é a felicidades que alcança dessa decisão. Melhor assumir e ser feliz do que viver na mentira e nunca se sentir completo.

Se é natural ou não??? Para mim é O natural para essa pessoa.

Não sou contra nem a favor pois não é esse o caso. Não temos que aceitar ou não aceitar este tipo de preferença. CADA UM SABE DE SI E COMO QUER VIVER A SUA VIDA.

beijoka primo

emn***

Lia disse...

Depois de ler-te não podia estar mais de acordo com a avaliação feita. Um excelente trabalho.

Já tinha saudades de "ler-te"...

Um beijo

Paula NoGuerra disse...

Acredito que tenhas feito um excelente trabalho, mas tb acredito que o Freud tenha sido um gajo tarado que não sabia era como resolver os seus problemas sexuais e olhar para qualquer problema de uma pessoa como um problema sexual... se calhar ele até tinha razão... mas que ele era tarado lá isso era.
Bjs grandes***