quinta-feira, junho 05, 2008


Assombro

A acidez que me percorre as entranhas
Borbulha na carne descoberta;
Rasga-me a pele e consome o meu sangue
Para que seja escravo insano
E que divague moribundo nas ruínas.

Velas acesas – fantasmas que dançam:
Riem e trocem e murmuram
Praguejam o desdém dos vivos.

A noite escasseia os sentidos
De quem deambula pelas lápides:
Uma tumba aberta contendo o nada
E o medo de quem a espera;
As sombras que se movem.

Uiva o vento – a Lua está cheia!
Dois olhos que surgem na escuridão,
Um esgar de malícia esfomeada…

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