quinta-feira, julho 17, 2008

Murmúrios Silenciosos

Vendado caminho em passos hesitantes.
Erro pelas sombras da cidade submersa
onde cheiro a saudade em cada pedra
em que vou tropeçando.
Aqui não há guias nem avisos
nem um braço forte ou uma voz.
Silêncio! – já sinto o odor da morte
a rastejar na calçada ensanguentada.

Não me suspirem o triste fado,
almas condenadas,
não me segredem as desventuras
como punhais enterrados na carne.
A boca sabe-me a veneno.
Vai engrossando a saliva até que sequem os lábios.
E depois? – mais nada.
A noite, o mar revoltoso e a lua que se esconde.

2 comentários:

AFSC disse...

Um poema muito "dark", quero-te mais animado amigo:)

Abraços

Lord of Erewhon disse...

Até esse se queixa! LOL!!!
Este poema também está muito bom - e acho que deves investir na tua prosa.

Abraço.