quinta-feira, abril 17, 2008


Amnésia

Porque te espero distante de mim,
Água que flúis efémera
Insana no meu pensamento?
Dar-me-ás o começo ou o fim?
O Inverno ou a Primavera?
Debilidade ou alento?

És o veneno que me adoça os lábios
Tomando conta deste corpo
Que percorres maliciosamente
Com teus encantos vários,
Os quais em loucura sorvo
Num prazer de carne ardente!

A eloquência é para os pensadores
E o amor nunca foi racional.
Tomas-me do peito o coração,
Exaltas e afagas as dores
Dizendo não ser intencional
Enquanto o seguras na mão.

Este farrapo que abandonas,
Amnésico da sua essência,
Ainda sente o decorrer do tempo,
Deixando-se engolir pelas ondas;
Ser ausente na existência
De um sonho perdido no vento.

1 comentário:

Inês Bexiga disse...

Os sonhos são como as palavras: vão e vêm com o vento. São inconstantes, são desejos reprimidos ou nem tanto, mas são desejos teus.
Não cries expectativas, não penses em nada, em ninguém, nada... Limita-te a sentir cada momento, porque é dos teus sentidos que vais buscar as razões para a felicidade, que é o objectivo de todos nós!

Adorei maninho =) *****